O mundo político não se convence da necessidade de ser criado um novo imposto sobre transações financeiras, chamado Contribuição Social sobre Bens e Serviços ou Imposto sobre Bens e Serviços. A criação está em discussão ma equipe econômica do governo. “CPMF não passa aqui com nome algum”, sentenciou nesta terça-feira (3) o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Alcolumbre tem sido um importante interlocutor do ministro da Economia, Paulo Guedes, que tem tentado fazer com que a reforma tributária comece a tramitar pelo Senado. O novo imposto é comparado à CPMF, que começou a ser cobrada sobre transações financeiras no governo Fernando Henrique Cardoso e foi derrubada em 2007, no governo Luiz Inácio Lula da Silva. O imposto é altamente impopular.
Paulo Guedes ainda tem a esperança de convencer o mundo político dos aspectos positivos da proposta tal como na reforma da Previdência. “Teremos de escolher: ou este imposto horroroso, com nome pior ainda, ou 30 milhões de desempregados”, disse Paulo Guedes a interlocutores.
A equipe econômica argumenta que o novo imposto permite reduzir a contribuição previdenciária patronal e, baixando custo das empresas, pode abrir mais espaço para contratação. Davi Alcolumbre diz que pretende autorizar a realização de audiências públicas no Senado sobre tópicos da reforma tributária;
“Vamos conversar. Eu, o Rodrigo Maia, o Baleia [autor da proposta que está na Câmara[, o deputado Agnaldo Ribeiro, relator da proposta na Câmara; o Roberto Rocha, relator da proposta do Senado, todo mundo. E vamos ver se o governo já terá enviado sua proposta que a gente ainda não sabe qual é. E a partir dos três textos, discutirmos um texto convergente”, disse Alcolumbre.
A avaliação geral no Congresso é a de que a reforma tributária será ainda mais polêmica do que a reforma da Previdência, que demorou mais de seis meses em discussão na Câmara e agora está no Senado.