A Bahia já registrou este ano 778 encalhes de tartarugas, e apenas três delas conseguiram sobreviver e foram devolvidas ao mar. A informação é do Projeto Tamar e da ong A-mar, que atuam na proteção a esses animais. A maioria dos registros, 683, ocorreram no litoral norte da Bahia, entre a Praia do Forte, em Salvador, até a praia de Mangue Seco (na fronteira com Sergipe). A área é de monitoramento do Projeto Tamar.
O restante dos casos – incluindo as três tartarugas que foram salvas – foi registrado no litoral sul do estado, nas cidades de Maraú, Itacaré, Ilhéus e Uruçuca (em Serra Grande), onde o monitoramento é feito pela A-mar. Os números deste ano já são maiores que os registros do ano passado, quando houve 684 encalhes nas duas áreas de monitoramento (550 casos no litoral norte e 134 no litoral sul).
A diferença de números entre um litoral e outro se dá porque as tartarugas estão mais presentes no litoral norte, onde o Projeto Tamar monitora, durante a temporada da desova, cerca de 8 mil ninhos. Coordenador do Tamar, Frederico Tognin informou que não há uma explicação real sobre o motivo de estar havendo um aumento dos encalhes dos animais, os quais são provocados, em sua grande maioria, pelas redes de pesca.
“Pode ser uma questão biológica – aumento da população das tartarugas – ou uma ação humana, neste caso um aumento da quantidade de barcos. De qualquer forma, é algo que não temos como provar”, disse Tognin.