Apesar de o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre ter ficado próximo do topo das expectativas, a demora para a volta da confiança por parte dos empresários já coloca agentes do mercado em uma posição mais pessimista quanto à economia neste ano. Dois grandes bancos já consideram uma nova revisão para baixo em suas projeções. Um deles calcula, ainda que só internamente, um crescimento para a economia na metade de sua previsão oficial. O outro está de olho no terceiro trimestre para tomar uma decisão. No pano de fundo dessas instituições, está o risco de um segundo semestre ser mais do mesmo, apesar de estímulos como o pagamento do FGTS e PIS/Pasep e a Semana Brasil, criada para incentivar o consumo no País.
Face to face. “O Brasil real está parado”, afirma o executivo de um banco. Na indústria, por exemplo, indicadores que mostram o humor dos empresários apontam para o ceticismo. Em agosto, o índice de confiança da Indústria da Fundação Getúlio Vargas (FGV) recuou pelo quinto mês seguido na média móvel trimestral, usada para indicar tendência. Enquanto isso, o indicador de otimismo caiu e o que mede as incertezas com a economia piorou.
Fezinha. Nesta quinta-feira, a divulgação do PIB do segundo trimestre trouxe ânimo, mas não o suficiente para eliminar a grande cautela com que os agentes de mercado avaliam perspectivas futuras. Uma salvação para o PIB está sendo vista no leilão da cessão onerosa da Petrobrás, que movimentará mais de R$ 100 bilhões. A visão de executivos de bancos é de que as estimativas minimizam o potencial da injeção desses recursos na economia.