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ARGENTINA PEDE PRAZO MAIOR PARA PAGAR EMPRÉSTIMOS COM FMI E CREDORES PRIVADOS

Redação - 29/08/2019 07:05

A Argentina vai iniciar um processo para estender os prazos de vencimento de sua dívida com credores privados e decidiu renegociar o vencimento dos seus empréstimos com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Hernan Lacunza, nesta quarta-feira (28). As medidas buscam prorrogar os prazos da dívida de curto e longo prazo nas mãos de investidores institucionais e os bônus emitidos no mercado interno e internacional.

“A prioridade hoje é garantir estabilidade porque é inútil lançar medidas de reativação se não houver estabilidade”, afirmou Lacunza, em entrevista à imprensa. Lacunza, que assumiu o cargo na semana passada, e o presidente do Banco Central, Guido Sandleris, se reuniram nesta quarta com uma equipe do FMI que visita a Argentina. O país pediu US$ 56 bilhões ao fundo e, inicialmente, começaria a devolver o dinheiro a partir do segundo semestre de 2021.

A proposta apresentada pelo governo da Argentina consiste em:

  • As dívidas de curto prazo nas mãos de pessoas físicas vão ser pagas integralmente;
  • As dívidas de curto prazo nas mãos de pessoas jurídicas serão pagas da seguinte forma: 15% no vencimento, 25% após três meses de vencimento, e 60% após 6 meses do prazo
  • As dívidas de longo prazo internacionais e locais serão reperfiladas, com um pedido de ampliação de prazo.
  • O aumento do prazo vai permitir que o próximo presidente, que assumirá o comando do país em dezembro, após a eleição de outubro, possa “implantar suas políticas sem restringir os vencimentos da dívida iminentes ou muito altas”, disse Lacunza.

A Argentina enfrenta um contexto de recessão econômica, com preocupações sobre a inflação e o rumo da taxa de juros. Neste mês, uma disparada do dólar em relação ao peso argentino piorou o cenário. A forte desvalorização da moeda argentina ocorreu em meio às preocupações de investidores com a vitória do candidato de oposição Alberto Fernández sobre Maurício Macri. A leitura do mercado é de que Fernández é menos comprometido com a agenda de reformas econômicas.

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