Por João Paulo Almeida
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou nesta terça-feira que a nova linha de crédito imobiliário lançada pelo banco, que será indexada ao IPCA, terá taxas variando de 2,95% a 4,95% ao ano. Para esses contratos, a atualização monetária será feita por meio do IPCA – e não mais pela Taxa Referencial (TR), utilizada nos contratos mais antigos.
Para saber mais sobre o assunto o portal Bahia Econômica conversou com Luiz Pedro Albornoz, diretor-executivo da Bari Promotora, que explicou que a proposta trará um retorno significativo. “Haverá um mercado de crédito imobiliário antes e outro depois da mudança”, explicou. Para ele, a medida da CEF é muito positiva. “O financiamento vinculado à TR traz pouca atratividade para o investidor que queira comprar papéis ligados a crédito imobiliário e a vinculação à inflação torna o papel mais atrativo, diminui o risco pro investidor e a dependência dos bancos que trabalham com poupança como funding para financiamento imobiliário”, afirma.
Hoje, as taxas dos contratos da Caixa indexados à TR possuem juros variando entre 8,30% e 9,95%, citou Guimarães. “Vamos manter linhas atuais e vamos oferecer linha nova, com o IPCA”, disse o presidente da CEF, durante cerimônia que tem a presença de Jair Bolsonaro. Segundo ele, com a adoção do IPCA, haverá queda de 35% no valor da prestação no caso de um financiamento com taxa mais cara (4,95%). Isso na comparação com os contratos tradicionais, ligados à TR.
No caso de contratos com taxa mais barata (2,95%), a queda no valor da prestação foi estimada em 51%. “Acreditamos que a linha corrigida pelo IPCA é o futuro”, afirmou Guimarães. De acordo com o banco, os contratos com financiamento indexado ao IPCA serão aplicados em novos contratos no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) e no Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Os contratos indexados ao IPCA terão prazo de 360 meses e financiamento máximo de 80%.