O secretário especial de Cultura do Ministério da Cidadania, Henrique Pires, afirmou que está deixando o cargo por discordâncias com o governo. Ao G1, ele contou que era uma “voz dissonante” no governo e que a decisão do ministério de suspender um edital que havia selecionado séries sobre diversidade de gênero e sexualidade que passariam nas TVs públicas. Já a assessoria do ministério afirma que Osmar Terra foi quem demitiu Pires.
Pires estava no cargo desde o início do governo. “Isso (suspensão) é uma gota d’água, porque vem acontecendo. E tenho sido uma voz dissonante interna”, disse Pires.”Eu tenho o maior respeito pelo presidente da República, tenho o maior respeito pelo ministro, mas eu não vou chancelar a censura”, acrescenta,
Jair Bolsonaro afirmou semana passada que o governo não financiará produções que tenham temática LGBT. Pires disse nesta quarta que discorda dos “filtros” na produção cultural. “Eu não concordo com a colocação de filtros em qualquer tipo de atividade cultural. Não concordo como cidadão, e não concordo como agente público, você tem que respeitar a Constituição” defendeu.
Veja nota do Ministério da Cidadania:
Ao contrário da versão divulgada pelo ex-secretário especial da Cultura José Henrique Pires o cargo foi pedido pelo ministro da Cidadania, Osmar Terra, na terça-feira (20), à noite, por entender que ele não estava desempenhando as políticas propostas pela pasta. O ministro se diz surpreso com o fato de que o ex secretário, até ser comunicado da sua demissão, não manifestou qualquer discordância à frente da secretaria. O secretário-adjunto e secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, José Paulo Soares Martins, assume o cargo.
Assessoria de Comunicação Social
Ministério da Cidadania