Os personagens das novelas sempre foram “grandes” influenciadores; ditaram moda, criaram bordões, e muitas vezes congestionaram as linhas telefônicas da Rede Globo para saber, por exemplo, o nome da cor de um esmalte usado por alguma atriz durante um folhetim. Com a nova era digital essa influência foi elevada a outro patamar. Nas últimas semanas, o perfil da personagem Vivi Guedes, vivido pela atriz Paolla Oliveira na novela “A Dona do Pedaço”, foi um dos assuntos mais comentados da internet. Isso porque, pela primeira vez, uma emissora de TV usou a rede social de uma personagem para lucrar com ações comerciais.
Movimentações como essa vem mostrando cada vez mais a relevância do marketing de influência dentro das estratégias comerciais dos grupos de comunicação, que há algum tempo já percebeu o poder dessa nova indústria. Enquanto a Globo cria perfis de personagens de seus programas para incluir em seus pacotes publicitários e anuncia mudanças em sua estratégia para gerenciar ações comerciais nos perfis de seus apresentadores esportivos, os grupos de comunicação regionais também se movimentam a fim de lucrar com esse novo mercado. Uma das maiores empresas de influencer marketing do país, a Spark, vem ajudando nessa movimentação por meio de um novo modelo de negócio inspirados em franquias.
“Os grupos de comunicação perceberam que havia uma brecha no modelo publicitário que comercializavam. Eles tinham grandes assets para serem trabalhados regionalmente, mas ainda não sabiam como lucrar. Enxergamos aí uma oportunidade, e desenvolvemos um novo modelo, no qual licenciamos a nossa “inteligência”, processo operacional e o acesso à nossa plataforma, que auxilia a implementação das campanhas de marketing de influência”, afirma Raphael Pinho, codiretor- geral da Spark.
O Grupo A Crítica, de Manaus, foi o primeiro a implementar o modelo, em 2017, e desde então, vem utilizando as redes sociais de seus contratados, como mais um canal comercial, além de criar e gerenciar campanhas com influenciadores digitais, fora de sua base, para os anunciantes locais. “Não enxergávamos a influência digital como uma oportunidade de ampliar e rentabilizar. Hoje, como afiliados da Spark, além de termos mais um modelo de negócio dentro do nosso guarda-chuva, ainda conseguimos lucrar com as redes sociais de nossos contratados. Em cada 10 campanhas de marketing de influência realizadas pela Spark Manaus, 8 delas tem pelo menos um apresentador da nossa emissora”, conta Dissica, diretor geral do grupo A Crítica.
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