Com a chegada da reforma da Previdência ao Senado, a esperança dos governadores agora é uma emenda constitucional com mudanças que ajudem a combater o rombo nas contas previdenciárias dos estados e dos municípios. Todo mês é um sufoco para manter os salários em dia. Há três anos, o pagamento chega em parcelas para a maioria dos servidores estaduais em Minas. Falta dinheiro também para pagar fornecedores e para investimento em infraestrutura.
Essa situação se repete em outros estados brasileiros e o pagamento de aposentadorias é o que provoca, muitas vezes, o rombo nas contas. Dados da Secretaria da Previdência, de 2017, analisados pela Federação das Indústrias do Rio, apontam que os maiores déficits previdenciários estavam em São Paulo (R$ 18 bilhões), Rio Grande do Sul (R$ 11,1 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 10,6 bilhões) e Minas Gerais (R$ 8,2 bilhões).
Quando a avaliação é custo por habitante, a conta é diferente. O morador do Rio Grande do Sul foi o que mais pagou para cobrir o rombo (R$ 1.038); em seguida, Rio de Janeiro (R$ 663), São Paulo (R$ 436) e Minas Gerais (R$ 420). Governadores de alguns estados estão mobilizando as bancadas no Congresso para apoiar a criação da nova proposta de emenda à Constituição. Eles esperam que estados e municípios não fiquem de fora das mudanças que podem ajudar no equilíbrio das contas.
“A despesa continua subindo de elevador e a receita pela escada. Então, a reforma da Previdência é que vai permitir esse equilíbrio nas contas públicas e ela é fundamental. Caso contrário, nós estamos apagando fogo na nossa propriedade, mas o fogo do vizinho continua e vai ser só questão de tempo para esse fogo nos contaminar novamente”, disse Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais.
“Se nós deixarmos continuar crescendo o déficit previdenciário, como já está acontecendo nos estados, municípios e como aconteceu na União, nós vamos ver a frustração da população e uma indignação que é crescente na rua pela falta de serviços para a população. A gente tem que romper com essa lógica e fazer com que a Previdência se sustente por si só”, afirmou Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul.