Segundo dados das projeções do agronegócio, um relatório divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária com base em dados fornecidos por vários órgãos nacionais, com a análise de técnicos do ministério e da Embrapa, daqui a 10 anos os agricultores do estado estarão produzindo 40,9% a mais de milho do que em 2019. Serão cerca de dois milhões e trezentas mil toneladas do cereal por safra. Com esta marca, os agricultores baianos terão registrado o maior percentual de crescimento de milharais do país em dez anos. Os produtores rurais de soja da Bahia também não ficarão para trás. Eles devem colher em 2029 quase 7 milhões de toneladas só de soja, cerca de 36,1% a mais do que em 2019. Muito mais do que um exercício futurista, os dados fazem parte das.
O estudo indica que a agropecuária da Bahia vai registrar um crescimento anual geral de até 3% entre as safras de 2018/2019 e a de 2028/2029. A trajetória colocará a Bahia ainda mais em evidência na oferta de alimentos. Os dados apontam que o estado vai se manter como maior produtor de banana do país, respondendo por 15% da produção nacional. Também são projetadas elevações de 40,7% na produção da uva, de 32,5% de melão, e de 16,9% de manga. Atualmente os cultivos destas frutas se concentram no Vale do São Francisco, no Vale do Jequiriça, no extremo sul, na região de Bom Jesus da Lapa e no nordeste da Bahia. Os principais mercados das frutas são os Países Baixos, os Estados Unidos, Reino Unido e Espanha.
Pujante e em expansão. O estudo dedica um capítulo especial sobre a região do Matopiba, que reúne parte dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. A parte baiana representa cerca de 18,06% desta área. Segundo o levantamento de longo prazo, a produção geral de grãos nesta parte do Nordeste deve crescer 28,6% nos próximos dez anos, apesar da área plantada ser expandir em apenas 14,9%. Entre 2018 e 2028, a estimativa é de que o aumento na produção agrícola em alguns municípios baianos seja maior do que a média nacional. Os agricultores de Luiz Eduardo Magalhães vão passar a produzir 57% a mais de soja, vai ser o maior crescimento do país.
Em Formosa do Rio Preto as lavouras devem crescer 30% nos próximos 10 anos, e em Correntina cerca de 24%. Não por acaso, a região do Matopiba é considerada a última fronteira agrícola do Brasil. A área é a única do país onde a agricultura ainda tem espaço para se expandir legalmente. O Matopiba tem 90,94% da área ocupada pelo bioma cerrado, cerca de 7% por floresta amazônica e 1,64% pela caatinga. Um dos desafios da região é harmonizar as questões agrárias e ambientais. Nos quatro estados, o Matopiba abrange 337 municípios, 42 unidades de conservação, 35 terras indígenas, 36 territórios quilombolas e mais de mil assentamentos de reforma agrária.