Durante entrevista em cerimônia para inaugurar a primeira etapa de uma usina solar flutuante no reservatório em Sobradinho, na Bahia, o presidente Jair Bolsonaro disse que não vai negar recursos para os estados do Nordeste, mas que os governadores precisarão dizer que “estão trabalhando junto com o presidente Jair Bolsonaro” para serem atendidos.
Em julho, em conversa informal com o ministro Onyx Lorenzoni divulgada pela imprensa, o presidente se envolveu em polêmica com os governadores da região ao afirmar que “daqueles governadores de ‘paraíba’, o pior é o do Maranhão”.
“O que eu quero desses dois governadores, não vou negar nada para o estado, mas se eles quiserem que isso tudo seja atendido, eles vão ter que falar que estão trabalhando com o presidente Jair Bolsonaro, caso contrário eu não vou ter conversa com eles”, declarou o presidente.
Entenda:
O uso de um termo pejorativo para se referir aos nordestinos provocou a reação de governadores da região, que manifestaram “espanto e profunda indignação”. Ele divulgaram uma carta cobrando explicações de Bolsonaro sobre a fala. No dia seguinte à declaração, Bolsonaro disse que a fala foi uma “crítica” aos governadores do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e da Paraíba, João Azevêdo (PSB),
“Eu não fiz discurso nenhum sobre ‘paraíba’ e Nordeste. Eu cochichei no ouvido do ministro [Onix] Lorenzoni, eu me referi ao governador da Paraíba e do Maranhão… Que eles procuram nosso ministério, conseguem coisas como outro qualquer, chegam nos seus respectivos estados, alardeiam os recursos para seus estados e ‘descem a borduna’ em cima de mim”, disse na ocasião.
Bolsonaro também disse que “não quer fazer política”, mas que não poderia admitir que os governadores do Maranhão e da Paraíba — Flávio Dino (PCdoB) e João Azevêdo (PSB), respectivamente — fizessem “politicalha em relação à minha pessoa”.