Sob pressão de caminhoneiros, que ameaçaram fazer nova greve, o governo prometeu nesta quarta-feira, em reunião com líderes da categoria, que vai abandonar a tabela com preços mínimos para o frete suspensa na última segunda-feira e vai buscar consenso para a definição de pisos para o serviço. Os novos valores da tabela serão estabelecidos em acordo entre o setor produtivo, os motoristas autônomos e associações de transportadores.
— A tabela que foi gerada é uma tabela de custo operacional, ou seja, é o mínimo. Ela não tem as parcelas adicionais que compõem o frete. Tinha havido um problema de interpretação. São 11 segmentos de transportes. Vamos fechar um acordo por setor — disse o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, após a reunião. Segundo o ministro, a intenção é que os valores sejam revistos anualmente, também por negociação. Representantes de caminhoneiros avaliaram positivamente a promessa de que a nova tabela irá considerar, em parte, o lucro dos motoristas. Na versão anterior, era negociado entre caminhoneiro e contratante.
Os valores serão definidos em acordos por segmentos. O piso do transporte de um granel líquido, por exemplo, será estabelecido entre empresas desse setor, como distribuidoras de combustíveis, e o caminhoneiro que transporta esse tipo de carga. Atualmente, os valores são definidos pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). — Estou saindo hoje bem contente. Vamos ter essas reuniões, onde vamos buscar esse consenso direto com os segmentos. Hoje, a gente precisa de paz, a gente está buscando isso — disse Wallace Landim, o Chorão, outro porta-voz dos caminhoneiros.