De cada 10 brasileiros, quatro avaliam que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não fez nada de muito positivo ou que mereça destaque em seus seis meses de governo, segundo pesquisa Datafolha divulgada hoje (22). Incitados a responder livremente o que o presidente teria feito de melhor até então, sem ter opções apresentadas, 39% dos entrevistados responderam “nada”. Esse porcentual sobe para 45% entre mulheres e pessoas com apenas o ensino fundamental, para 46% entre negros, para 47% no Nordeste, para 52% entre adeptos de religiões de matrizes africanas e para 76% entre quem avalia o governo como ruim ou péssimo. Entre os que afirmam que votaram em Bolsonaro no segundo turno, 17% disseram não ter nada a destacar de muito positivo.
Já entre os que responderam, 8% apontam avanços na segurança, 7% mencionaram a reforma da Previdência, 4% afirmam que houve combate à corrupção e 4% citaram os decretos de flexibilização do posse e porte de armas. O fim do horário de verão foi apontado por 1%. Os que mais se referiram à segurança como o melhor do governo foram os homens e habitantes do Norte e do Centro Oeste (11%) e os partidários do PSDB (20%).
Ainda segundo o levantamento, quando questionados o que Bolsonaro teria feito de pior, 18% disseram “nada”. Esse número passa para 22% entre os evangélicos, para 24% na região Sul, para 25% entre os amarelos e os que têm 60 anos ou mais e para 36% entre os que avaliam o governo como ótimo ou bom. As iniciativas com pior avaliação são os decretos das armas, mencionados por 21% dos entrevistados, a reforma da Previdência (12%) e a imagem pública do governo (9%), o que inclui declarações consideradas desnecessárias, uso de palavras ofensivas, postura em relação aos filhos e articulação política. Outros 3% elegeram os cortes de verbas na educação e 1% citaram racismo ou homofobia e aumento do desemprego, entre outras respostas. O Datafolha ouviu 2.860 pessoas com mais de 16 anos, em 130 cidades, entre os dias 4 e 5 de julho. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos, e o índice de confiança é 95%.