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IDEB BAIXO É PROBLEMA EM SÃO FRANCISCO DO CONDE

Redação - 22/07/2019 11:40 - Atualizado 22/07/2019

Milena de Jesus, 15 anos, acorda todos os dias às 6h e pega o ônibus no qual passa 20 minutos para sair da comunidade Fazenda Macaco, onde mora, até chegar ao Instituto Municipal Luiz Viana Neto, escola em que cursa o 8º ano do Ensino Fundamental no Centro de São Francisco do Conde, Região Metropolitana de Salvador (RMS).

Faz o esforço por acreditar que a educação poderá dar a ela e à família um “futuro melhor”, longe das desigualdades sociais com as quais se depara por sua origem humilde. Mas Milena se depara com uma limitação: a qualidade da educação que recebe. A escola em que estuda teve, em 2017, nota de apenas 2,8 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mede a qualidade do aprendizado no ensino básico. O resultado é abaixo dos 4,7 registrados em todo o País naquele ano.

Os anos finais do Fundamental são o “calcanhar de Aquiles” da educação na cidade. Nos iniciais, o cenário é melhor, com nota 5 no Ideb de 2017. Nos últimos anos, o indicador cai para 2,6. A série histórica, iniciada em 2007, mostra que a cidade teve avanços nesse quesito até 2011, quando a nota foi de 3,3. Depois, inicia-se uma trajetória de queda sem recuperação.

Reconhecida como uma cidades mais ricas do Brasil, São Francisco do Conde é dona do maior PIB per capita (rendimento por pessoa) do estado, de R$ 296.459,35, também o terceiro mais alto do País, segundo dados de 2016 do IBGE. A arrecadação do município é impulsionada pelos recursos recebidos do governo federal por sediar a Refinaria de Landulpho Alves. Na educação, não falta dinheiro. Cada aluno custa R$ 6.608,69, o maior valor na Bahia, como aponta um estudo com dados de 2015 da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados.

O volume de recursos, no entanto, não tem conseguido melhorar os números da educação a passos largos. As dificuldades são além-finanças. Milena reclama, por exemplo, do formato das aulas na escola. “A discussão não é muito perto daquilo que a gente vive”, opina.

Coordenadora pedagógica do instituto, Ivonete Almeida de Jesus, 41 anos, diz que a escola está elaborando um novo projeto político-pedagógico (PPP) para deixá-la mais próxima da vivência dos discentes. “O objetivo é ter um olhar diferenciado para todos os setores sociais, trazendo a realidade para o PPP das escolas, para a sala, para o processo de aprendizagem”, explica.

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