Com a reforma da Previdência encaminhada após a aprovação em primeiro turno na Câmara dos Deputados, o Brasil tem uma agenda extensa para a retomar o crescimento, avaliam os economistas. A pauta de medidas engloba endereçar uma reforma tributária, melhorar o ambiente de negócios do país, avançar nos projetos de infraestrutura e promover a abertura da economia. Por ora, os analistas avaliam que uma aceleração do crescimento econômico não deve ocorrer tão cedo. Para 2019, estimam um avanço do Produto Interno Bruto (PIB) abaixo de 1%. No ano que vem, há expectativa de uma aceleração, mas nada que empolgue muito. Dificilmente o crescimento deve chegar a 2%, ponderam os economistas.
Segundo Affonso Celso Pastore, presidente do Centro de Debate de Políticas Públicas e da consultoria AC Pastore a agenda do governo pós-Previdência deve seguir as linhas das reformas e manter o ritmo de aprovação. “O crescimento econômico requer outras reformas. São reformas extremamente importantes, como a tributária. É a reforma como a que foi proposta pelo Appy (Bernard Appy, diretor do Centro de Cidadania Fiscal), que está na agenda da Câmara dos Deputados. Também precisamos abrir a economia para o setor externo, aumentar a competitividade da nossa indústria, fazer um forte investimento em infraestrutura. É necessária ainda uma extensa agenda de reformas econômicas que mexam com a produtividade do trabalho, com a produtividade do capital. Com isso feito, eu acho que o Brasil terá condições de adquirir um crescimento econômico sustentável”.
Para Ana Carla Abrão Costa, sócia da consultoria Oliver Wyman, as reformas também devem continuar. “Há três conjuntos de reformas muito importantes. O primeiro ataca o mercado de crédito. O Banco Central já vem trabalhando nisso: há medidas que ampliam o acesso ao crédito e reduzem o custo para a população. Existem medidas voltadas para a infraestrutura. O país precisa retomar a capacidade de investimento, mas o governo federal e os estados não têm essa capacidade. O Brasil precisa atrair investimento privado e isso exige várias medidas, que também estão sendo formuladas no âmbito do governo federal e que vão ter de passar pelo Congresso. E terceiro, precisamos de reformas que tragam maior produtividade para o setor público”.