A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor – PEIC, da Fecomércio-BA, apontou, em junho, um percentual de 47,7% das famílias da capital baiana com algum tipo de dívida, quarta alta mensal consecutiva. Em resumo, o resultado de junho mostrou a dificuldade das famílias em manter o nível de consumo diante do desemprego elevado e da economia fraca.
Os gastos com o cartão de crédito são os responsáveis pela situação de 87,3% das famílias baianas. Os carnês seguem na segunda colocação bem abaixo com 7,1%, seguido de crédito pessoal com 5,1%. Em termos absolutos, seguindo a taxa de inadimplência, 155,8 mil famílias soteropolitanas não quitaram a dívida na data de vencimento. O cartão de crédito tem sido o recurso utilizado pelas famílias para conseguir manter os gastos mensais. Como já foi abordado pela Fecomércio-BA no mês anterior, o cenário de disputa do mercado de máquinas de cartão tem oferecido melhores condições de compra e venda para consumidores e empresários.
O ponto para atenção é que, por enquanto, o maior nível de endividamento em 10 meses pode ser preocupante, pois não há uma base sólida para este aumento. Por outro lado, é notório que os bancos vão ajustando a sua carteira de crédito, limitando o seu acesso e buscando o consumidor para renegociar a dívida. Os feirões para limpar o nome que ocorrem com frequência também contribuem para a redução da inadimplência. Porém, como já foi observado que a economia não está crescendo, o aumento do endividamento pode levar no médio prazo a mais uma subida das contas em atraso.
O Banco Central, por exemplo, já limitou que se o consumidor que esteja no rotativo no cartão e não pagar em 30 dias a fatura em atraso, o banco tem de oferecer uma modalidade como crédito pessoal em que os juros sejam mais baixos. Dessa forma, a Fecomércio-BA orienta que o consumidor neste momento tenha cautela, não comprometendo mais que 30% da renda com dívida, priorizando o pagamento das contas com juros mais altos e de concessionárias(luz, gás, etc) e caso a família não tenha um planejamento, não é recomendado ter mais do que dois cartões de crédito. Já na situação de dívida em atraso, ir até a instituição e renegociar torna-se a prioridade, propondo sempre condições que levem à quitação, evitando altas taxas de juros.