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BAHIA É O 8º EM NÚMERO DE ACIDENTES DE TRABALHO

Redação - 08/07/2019 09:40 - Atualizado 16/08/2019

Após dez anos em constante queda, o número de acidentes de trabalho na Bahia voltou a crescer, em 2018, sendo registrados cerca de 17 mil casos. Em relação ao ano anterior, o aumento foi de 7%, quando chegou a pouco mais de 16 mil. O dado coloca o estado em 8º lugar no número de ocorrências no País. Os índices são do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, plataforma online do Ministério Público do Trabalho (MPT), em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). O último aumento tinha sido em 2009, quando ocorreram cerca de 26 mil acidentes. Do total de 17 mil acidentes na Bahia, no ano passado, 34% ocorreram na capital, 7% em Feira de Santana e 5% em Camaçari. Já no primeiro trimestre deste ano, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) informa que foram registradas 11 mortes.

De acordo com a procuradora do Trabalho Juliana Cordal, os números podem ainda ser maiores. “A gente sabe que acontecem mais acidentes. Esses dados provavelmente são bem maiores porque há a possibilidade de casos que não passaram por uma formalização”. A procuradora também comenta que há um tendência de aumento por conta de uma flexibilização das normas do trabalho, com a aprovação da reforma trabalhista em 2017. “A flexibilização das normas trabalhistas admite descuidos com a saúde e a segurança. Houve uma diminuição das normas protetivas, e, com isso, as empresas acabam tendo outro comportamento”, afirmou.

Ainda de acordo com o levantamento do MPT, o setor onde mais ocorrem acidentes é o hospitalar. A diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sindsaúde), Inalda Cristina, comenta que esses servidores estão vulneráveis por conta das condições dos equipamentos de trabalho, pela superlotação dos espaços e sobrecarga de trabalho. “O que resulta na desatenção ou até mesmo num descuido”, afirma. A gerente de segurança do trabalho do Serviço Social da Indústria (Sesi) na Bahia, Maria Fernanda, afirma que é preciso que as empresas façam um mapeamento dos riscos para fazer o controle. “É preciso localizar quais riscos que o local oferece e intervir controlando esses perigos”, disse.

Ela ainda explica que há a necessidade da utilização de equipamentos de segurança ou cuidados no ambiente. “Vai depender do local, da função, entre outros fatores”. No mês passado, quem entrou para as estatísticas foi Felipe Sátiro, 29 anos. O operário morreu ao cair de um elevador em um edifício do Horto Florestal. Placas de concreto que colocam o elevador em funcionamento caíram sobre ele. O MPT informa que atua também na fiscalização de empresas. A partir da identificação de riscos, é entregue um termo para que sejam feitos os ajustes. Caso a instituição não cumpra, a empresa pode ser multada, os valores variam de acordo com o caso.

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