Quando Vingadores: Ultimato chegou aos cinemas, todo mundo achou que aquele era o final derradeiro da 3ª fase de filmes da Marvel Studios, mas então Kevin Feige, o presidente da empresa, anunciou na semana passada que o verdadeiro fim da saga aconteceria com Homem-Aranha: Longe de Casa, que estreia nesta quinta-feira (4) nas telonas brasileiras.
Se engana quem pensa que isso significa que o Thor ou a Capitã Marvel aparecerão no filme. Homem-Aranha segue sendo um longa, digamos, um tanto quanto independente da história de Vingadores. Mas ele encerra a Saga do Infinito não só por abordar a fundo as consequências da morte de Tony Stark (Robert Downey Jr.) para Peter Parker (Tom Holland), Happy Hogan (Jon Favreau), Nick Fury (Samuel L. Jackson) e a humanidade como um todo, mas também por revelar o que aconteceu com a galera que virou poeira com o estalar de dedos de Thanos e reapareceu do nada cinco anos depois, quando os heróis recuperaram as Joias do Infinito.
As ligações com Ultimato, contudo, meio que acabam por aí. Em Homem-Aranha: Longe de Casa, Peter quer tirar uma folga do job de super-herói e parte para uma viagem da escola pela Europa com alguns de seus amigos. O problema é que, ao chegar em Veneza, o grupo se depara com um monstro feito de água, que logo descobrimos fazer parte dos Elementais. Enquanto tenta proteger os amigos – escondido, já que não quer revelar sua identidade –, o Homem-Aranha conhece Mysterio (Jake Gyllenhaal), um novo herói que diz ter vindo de outra dimensão para lutar contra os novos vilões da Terra, e passa a confiar nele para defender o planeta e até, quem sabe?, fazer parte de um novo grupo de Vingadores.
Apesar das cenas de ação incríveis em diversas cidades icônicas do continente europeu e até de alguns trechos inusitados e cheios de efeitos gráficos falando sobre os multiversos, o que realmente chama a atenção desta vez é o lado totalmente humano de Peter.
O adolescente sempre foi um dos super-heróis mais, gente como a gente. Ele surtava ao encontrar os Vingadores, postava vídeos em seu canal no YouTube, pagava micão na escola… E agora, com a morte de Stark e as responsabilidades de proteger o mundo, ele enfrenta uma fase bem para baixo, tentando superar os últimos acontecimentos e repensando se ser herói é mesmo o que quer fazer da vida. Quem nunca teve que lidar com a perda de um ente querido ou questionou mil vezes se o caminho que escolheu era o certo, hein? É, chegou a hora do garoto amigo da vizinhança amadurecer.
Peter também está amando e tudo o que quer é curtir uma viagem com seus amigos e conseguir se declarar para MJ (Zendaya). Tudo bem que o MCU nunca escondeu os romances de seus personagens. O Tony Stark sempre foi doido pela Pepper Potts, o Steve Rogers nunca superou o fato de não poder ficar com Peggy Carter… Mas pela primeira vez o estúdio mostra um super-herói homem passando verdadeiramente por dificuldades, chorando, sofrendo e tentando demonstrar o seu amor de um jeito fofo e respeitoso a uma garota. E essa é uma mensagem muito legal e empoderada que a Marvel deixa para os jovens ao redor do mundo. Afinal, homens também têm sentimentos e demonstrá-los não os torna menos másculos, poderosos ou heroicos, apenas mais humanos.