Levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), divulgado hoje (03), aponta que, ao adquirir um cartão de crédito, 20% das pessoas não analisam as tarifas que são cobradas, sobretudo por falta de interesse ou porque nem mesmo pensaram nisso (14%). Entre os 70% que tiveram o cuidado de analisar, 49% verificam as tarifas cobradas e 30% ficaram de olho nos juros que incidem nas faturas por atraso no pagamento ou uso do rotativo.
Apesar de 60% dos entrevistados afirmarem que controlam os gastos com cartão de crédito, 39% admitem que a gestão não é feita de forma frequente — um aumento de 10 pontos percentuais em relação a 2018. O principal motivo alegado por 14% deve-se ao fato de que os comprovantes da compra são guardados e para 12%, a fatura é checada somente no fim do mês. Como consequência desse tipo de comportamento, 46% dos brasileiros que fizeram compras com cartão de crédito no último ano ficaram com nome sujo e 32% tiveram o cartão bloqueado por falta de pagamento da fatura, percentual que sobe para 42% considerando usuários de 35 a 49 anos. A boa notícia é que embora 14% permaneçam com nome sujo, um terço (33%) já regularizou a situação.
O educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, alerta que “o controle financeiro do cartão de crédito, feito com regularidade e antecedência, é a única maneira de o consumidor saber o quanto já gastou e o quanto ainda pode gastar. De nada adianta conferir a fatura no fim do mês, quando as despesas já foram realizadas. O ideal é, antes de fazer uma aquisição com o cartão, saber se essa despesa está mesmo dentro do orçamento previsto”.
Ainda de acordo com a pesquisa, 86% não sabem a taxa de juros mensal a pagar por entrar no rotativo e 15% possuíam, em abril, alguma fatura no cartão de crédito em atraso. No entanto, 77% garantiram estar com os pagamentos em dia. Além disso, o estudo revela que 31% dos usuários de cartão já pagaram apenas o mínimo da fatura alguma vez, enquanto 16% costumam recorrem ao mínimo ocasionalmente ou quando necessário. Nota-se ainda que 48% nunca pagaram o mínimo da fatura.