O setor de serviços, que engloba bancos e financeiras, são os principais credores das dívidas em nome de pessoas jurídicas. Do total de pendências, 70% são com esse segmento. O comércio detém 17% de participação entre os credores, ao passo que a indústria detém 12%, aponta indicador calculado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), divulgado hoje.
Entre os setores devedores, quem lidera no crescimento do número de empresas com atrasos também é o setor de serviços, com alta de 5,68% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Empresas do comércio tiveram alta de 0,85%, enquanto a indústria, uma leve variação de 0,19%.
Segundo avaliação do presidente do SPC Brasil Roque Pellizzaro Junior, espera-se que a capacidade de pagamento das empresas melhore conforme a economia dê sinais mais evidentes de reação, o que ainda não é visto de forma contundente. “A saída da recessão há alguns anos ainda não se refletiu em uma melhora decisiva na gestão financeira das empresas. Apesar de a taxa Selic estar em seu piso histórico, os spreads bancários ainda são altos, o que inviabiliza um custo menor do crédito nas operações do dia a dia dos empresários. Além disso, o grande número de trabalhadores sem emprego desaquece as vendas, diminuindo a margem de lucro das empresas e a perspectiva de investimentos”, explica Pellizzaro Junior.