O Seminário Spread Bancário no Brasil reuniu no auditório da FIEB, em Salvador, empresários do comércio e da indústria para discutir um assunto caro para o setor produtivo – hoje o país tem um spread de 38,4%, uma das maiores taxas do mundo. O evento foi uma iniciativa da Fecomércio-BA e da FIEB, com o apoio da Rádio BandNews FM.
O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA), Carlos de Souza Andrade, ressaltou que as altas taxas de juros cobradas afetam o desenvolvimento do país. Além disso, o spread elevado “torna o exercício de criar uma empresa, seja no comércio ou na indústria uma experiência difícil. Não há como se desenvolver com esse spread abusivo”, acrescentou.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Ricardo Alban, cobrou uma maior contribuição do setor financeiro ao novo ciclo de desenvolvimento econômico que precisa acontecer no país. Isso passaria, na avaliação do presidente, pela redução dos custos do crédito uma vez que, entre as maiores economias do mundo, o Brasil é o país com o maior spread bancário, com uma taxa anual de 38,4%.
O debate entre os palestrantes teve também a participação do economista Armando Avena, que chamou atenção para o oligopólio do sistema financeiro e lembrou que duas das cinco maiores instituições bancárias que dominam o mercado de crédito no país pertencem ao governo, no caso, Banco do Brasil e Caixa Econômica. Isso, na avaliação do economista, além do fato de ser o sistema bancário que financia o déficit público, explicaria a alta concentração bancária e as distorções nas taxas cobradas pelos bancos no país.
O empresário Hilton Lima participou do seminário e elogiou a iniciativa. “O setor financeiro é cartelizado e é preciso desmontar esta cultura. Este seminário ajudou muito a discutir estes pontos para se buscar uma solução. Como vimos aqui, é preciso adotar uma série de medidas para corrigir esta situação”.