De acordo com os dados divulgados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), o nível de atividade econômica – Produto Interno Bruto – recuou 0,5% no primeiro trimestre de 2019 em comparação ao mesmo período do ano anterior. Na comparação do primeiro trimestre de 2019 com o trimestre imediatamente anterior – série com ajuste sazonal -, a variação em volume foi de -0,2%.
Em valores correntes, o PIB no primeiro trimestre de 2019 totalizou R$ 70,3 bilhões, sendo R$ 61,7 bilhões referentes ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos – o que representa 88% do PIB – e R$ 8,5 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios. No que diz respeito aos grandes setores, a Agropecuária apresentou valor adicionado de R$ 3,3 bilhões, a Indústria R$ 15,8 bilhões e os Serviços R$ 42,4 bilhões.
De acordo com João Paulo Caetano, coordenador de Contas Regionais e Finanças Públicas da SEI, o desempenho econômico da Bahia no primeiro trimestre de 2019 foi influenciado, em grande medida, pelas instabilidades e incertezas pelo qual passa a economia brasileira. “É possível destacar a inexistência de um plano direcionado para a recuperação da economia como um todo, onde o setor da indústria de transformação tem sido o mais afetado negativamente, juntamente com alguns segmentos dos serviços”, avalia Caetano. Para o coordenador, o principal aspecto negativo que tem afetado a economia brasileira, com reflexos sobre a baiana, é a Reforma da Previdência, entretanto alguns movimentos protecionistas, tais como a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, bem como os movimentos de recessão, como de países como a Argentina e a Venezuela também influenciaram diretamente no desempenho da economia baiana, particularmente no setor de transformação.
Avaliação por setores – O setor agropecuário baiano apresentou incremento no 1º trimestre do ano (+2,6%). As projeções apontam recuperação da produção da mandioca (+21,6%), do algodão (+16,2%) e a safra de feijão (1ª safra) que registrou alta de 25,5%. Outros produtos importantes para o calendário agrícola e que tiveram um crescimento que determinou a alta do setor agropecuário foram: banana (26,4%); tomate (19,5%) e sorgo (29,8%).
O setor industrial apresentou um recuo (-1,1%), registrando quedas na indústria de transformação (-4,2%) e na extrativa mineral (-0,8%) com recuo na produção de petróleo e gás. O destaque ficou por conta do retorno das taxas positivas na construção civil (+2,5%) e da alta da atividade de eletricidade e água (+6,0%), com ênfase na energia eólica.
Quanto ao desempenho do setor de serviços, a baixa no setor (-0,3%) deve-se principalmente as taxas negativas registradas no comércio (-1,1%) e nas atividades imobiliárias (-1,8%). A Administração Pública e a atividade de transportes apresentam-se estáveis com taxas de +0,1% e 0,0%, respectivamente.