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PESQUISA APONTA O QUE UMA EMPRESA PRECISA SABER PARA ABRIR CAPITAL

Redação - 30/05/2019 13:35

Quais os custos, os benefícios e as etapas que uma companhia precisa saber no momento de realizar um IPO (oferta pública inicial). O termo, usado quando uma empresa vende ações para o público, é também conhecido como abertura de capital, e foi analisado no mais recente estudo da PwC. A pesquisa aponta que 2019 promete ser um ano mais propício para operações de abertura de capital no Brasil, especialmente por causa da perspectiva de reformas estruturais.

O levantamento foi feito com base em dados públicos sobre ofertas de ações realizadas no Brasil de janeiro de 2004 a abril de 2018. Nesse período, 182 empresas brasileiras fizeram IPO, sendo 97% deles no Brasil. O estudo da PwC aponta que a principal motivação para realizar um IPO no país é a necessidade de captar recursos, mas o processo traz outros benefícios, como aumento de visibilidade no mercado e redução de custos de captação.

A pesquisa ouviu também 27 CFOs e profissionais da área de relacionamento com investidores de empresas abertas de nove diferentes setores. Com base nesse recorte, foi constatado que o principal impacto da decisão de abertura de capital é a ampliação da visibilidade no mercado, com 75% de relevância, seguido de redução de custos de captação, com 33%. O processo de abertura de capital geralmente engloba três principais fases. A primeira é a preparação, na qual a companhia procura se adequar às normas exigidas pela bolsa de valores e pelo órgão regulador, além de atender às expectativas dos potenciais investidores.

Nesse período recomenda-se conduzir uma avaliação detalhada do status atual e o que é necessário para estar pronta para o IPO, o que inclui assessoria em mercados de capitais, análise e planejamento financeiros, auditoria e controles internos, gestão de riscos empresariais, entre outros quesitos. Quando questionadas sobre o tempo de preparação para o IPO, considerando o momento da tomada de decisão até a oferta pública inicial de ações, 72,7% das empresas participantes disseram que sua preparação dura menos de seis meses.

Os custos de uma companhia aberta podem ser divididos em duas categorias: as despesas da oferta de ações e as despesas recorrentes de operação no mercado de capitais. Em relação aos custos atrelados às ofertas, eles dependem do valor captado. No mercado brasileiro, os custos em média variam entre 2,5% a 5,6% do valor total da oferta, enquanto nos Estados Unidos, os custos variam em média entre 4% e 11,7%. Isso inclui honorários dos bancos subscritores (que coordenam a oferta e a distribuem aos investidores), honorários advocatícios, taxas de registro, entre outras coisas.

Já as despesas de operação como companhia aberta envolvem custos como implementação de novos sistemas, processos de relatórios financeiros e novos planos de remuneração dos executivos. A maioria dos participantes no Brasil (66% das empresas pesquisadas) afirma ter um custo de operação como companhia aberta menor do que US$ 400 mil anualmente, enquanto no mercado norte-americano a maior parte das empresas (67%) afirma ter um gasto anual entre US$ 1 milhão e US$ 1,9 milhão.

Segundo a pesquisa da PwC, entre os CFOs cujas empresas são listadas no Brasil, 75% dizem que os custos recorrentes de uma companhia aberta equivalem ou são menores que as expectativas iniciais. Já no mercado norte-americano, 50% afirmam que os custos estão alinhados com as expectativas iniciais. No Brasil, 58% das companhias estimam gastar anualmente de US$ 180 mil a US$ 400 mil para manter a companhia aberta. Dentre esses gastos, 17% se referem a relações com investidores, enquanto 16% estimam alocar os custos no setor de RH, para atividades como contratação de novos funcionários.

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