Fugir dos serviços de streaming nos dias de hoje parece ser uma coisa impossível para o consumidor que se vê dividido diante de tantas opções. A realidade é vivida pelo consultor financeiro Jonatha Souza, que atualmente gasta pouco mais de R$ 120 por mês só com serviços de streaming. “Eu assino Netflix, Amazon Prime, HBO GO e Telecine Play, além da Globo Play, mas uso a senha de meu pai”, conta.
Os serviços citados pelo consultor, no entanto, são só os mais conhecidos disponíveis no Brasil. Segundo levantamento realizado pela empresa de Consultoria e Investigação de Mercado BB – Business Bureau, o país dispõe de 79 serviços de streaming – entre pagos e gratuitos – e 139 canais ao vivo. Juntos eles oferecem mais de 72 mil filmes e 12 mil séries.
Com tanto material disputando a atenção do espectador, é comum que as pessoas como Jonatha acabem assinando mais de um serviço. E desejem ter muitos outros à disposição. Principalmente porque, como explica Maíra Bianchini, doutora em comunicação e cultura contemporâneas e pesquisadora de modelos de produção e distribuição de séries televisivas, muitos canais passaram a valorizar seus materiais autorais e estão investindo em uma plataforma própria para disponibilizar o conteúdo em vez de ceder os direitos para outra empresa.
Um bom exemplo é a Disney, que vem retirando seus conteúdos da Netflix para lançar seu serviço próprio, o Disney+, que será lançado no fim do ano na Ámerica do Norte. No Brasil, a previsão é de estreia no final de 2010. “Ciente de que tem um acervo valioso, a Disney resolveu investir no seu serviço para que esse lucro seja concentrado nela mesma”, explica Maíra.
Se a fragmentação e multiplicidade de serviços é algo bom porque oferece mais opções ao consumidor, ter tantas opções também pode ter um lado ruim. “Com o acúmulo dos serviços de streaming, nós consumidores estamos gastando mais. Por isso, a tendência é que, no futuro, serviços menores sejam absorvidos por serviços que lideram o mercado, que não vão se sustentar mais sozinhos”, observa a especialista.
A publicitária Marília Salles economiza ao usar as contas da Netflix, Crackle e Net Now da irmã de uma amiga. Ela afirma nunca ter assinado serviços de streaming. Prefere recorrer a sites como o Torrent e baixar conteúdos que não encontra nos serviços que tem acesso. “Para a geração de minha mãe, por exemplo, é muito mais simples entrar na Netflix do que ir no Torrent baixar alguma coisa . Para essas pessoas acho válido”, justifica.
A dica do especialista Jonatha Souza para não acumular serviços que não serão usados é primeiro analisar suas rotinas e usos. “Você deve prestar bastante atenção nos seus próprios hábitos, e avaliar se você de fato usa todos os serviços que assina. É muito fácil você assinar dois ou três serviços desses e de repente perceber que passou meses assistindo só um deles”, aconselha. Os planos família e pacotes que dão direito a mais acessos simultâneos podem ser uma boa pedida, quando dividido com um grupo de familiares e amigos, o que reduz muito o custo desses serviços.
5 dicas para reduzir os gastos
1- Observe seus hábitos e assine apenas o que for necessário
2- Os planos que dão direito a mais acessos, quando dividido com um grupo de pessoas pode reduzir o custo em mais da metade do preço
3- A quantia gasta com serviços de streaming deve estar incluída no montante separado para os gastos mensais com lazer e não deve comprometer o orçamento mensal
4- Existem serviços gratuitos, como o Afro Flix e o freedive, que são gratuitos e podem ajudar nos meses de aperto
5- Alguns planos de TV a cabo já dão acesso a conteúdos como GNT, Viva e +Globosite, Globonews, Bis e mais