O deputado estadual Marco Prisco, conhecido como Soldado Prisco (PSC), criticou, ontem, os governos do PT na Bahia e defendeu a desmilitarização da polícia. “Sou a favor da unificação e desmilitarização da polícia, porque só quem perde tendo duas polícias é a sociedade”, afirmou, em entrevista à Rádio Câmara Salvador. Segundo o parlamentar, os governadores e coronéis da Polícia Militar são hoje os maiores empecilhos para a união. Isto porque, de acordo com ele, os chefes do Executivo não querem perder o comando das tropas, já que teriam que obedecer “as regras que viram do governo federal”.
Ainda na entrevista, Prisco atacou o PT. A crítica ocorreu após o deputado condenar a maneira como o ex-governador da Bahia, o hoje senador Jaques Wagner (PT), agiu na greve da PM de 2012. Prisco disse que o ex-gestor mandou militares invadirem a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), onde estavam os grevistas. “O PT que está aí, que chegou ao poder, nunca foi de esquerda. Ele usou essa bandeira de esquerda para enganar as pessoas”, criticou o deputado. “Nunca um governo usou uma repressão tão grande e de forma tão irresponsável (em uma greve)”, disse. “Poderia haver um derramamento de sangue. A tropa estava disposta ao enfrentamento. Foi um momento bastante difícil”, emendou.
Prisco ainda criticou o secretário estadual de Segurança Pública (SSP-BA), Maurício Barbosa. “É um secretário de gabinete. Nunca vi no quartel. Nunca vi na delegacia. Não conhece a realidade da Bahia”, afirmou. Para ele, é apenas “marketing” dizer que o secretário é delegado da Polícia Federal. Na visão do parlamentar, se fosse um coronel ou um delegado da Polícia Civil no comando da SSP-BA, a relação seria melhor com os policiais.
Sobre a situação da Polícia Militar, Prisco criticou a falta de equipamentos. De acordo com ele, só há sete mil coletes para 33 mil membros da corporação. Também condenou a falta de efetivo e o fato de os criminosos estarem “muito mais armados, equipados” do que os soldados. A situação dos militares também foi uma preocupação do parlamentar. Segundo ele, no ano passado, 11 tiraram a própria vida e este ano dois. “Isso se dá pela falta de amparado, pelas condições de trabalho que são péssimas”, condenou. Prisco mostrou acreditar no trabalho do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, mas fez uma advertência. “Acho que tem que andar o Brasil e conversar com as entidades de classe. Coisa que não está acontecendo no momento”, pontuou. O deputado ainda se mostrou a favor do pacote anticrime de Moro.