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ENDIVIDAMENTO DO PAÍS CAIRIA À METADE SEM INCENTIVOS FISCAIS

Redação - 17/05/2019 08:18 - Atualizado 17/05/2019

O Brasil poderia ter cortado pela metade seu nível de endividamento se tivesse concedido menos benefícios fiscais na última década. Estudo do Ministério da Economia mostra que, entre 2009 e 2018, os chamados gastos tributários – dinheiro que o governo deixa de arrecadar por causa dos incentivos – somaram R$ 2,5 trilhões, em valores de 2018. Se todo esse dinheiro tivesse sido usado para abater a dívida pública, ela poderia ter encerrado em apenas 33,3% do PIB no ano passado, em vez de alcançar 76,7% do PIB, de acordo com dados do Banco Central.

Segundo O Globo, o estudo mostra o efeito fiscal dos gastos tributários, que o governo quer reduzir nos próximos anos. Hoje, essa renúncia representa mais de 4% do PIB. Só neste ano, deixarão de ser arrecadados R$ 300 bilhões. O cenário em que toda essa bolada é direcionada para o abatimento da dívida é extremo. O levantamento lista 16 cenários, considerando duas variáveis: a redução do gasto tributário pode ser menor e nem todo o dinheiro poupado pode ir para o abatimento da dívida.

Mesmo assim, teria sido possível reduzir o endividamento. Em um cenário mais moderado, em que os gastos tributários são reduzidos pela metade e metade dessa economia vai para abater a dívida, o estoque seria reduzido em 10,2 pontos percentuais. Ou seja, chegaria ao fim de 2018 em 66,5%.

Os dados devem ser mais usados pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para ilustrar o efeito dos gastos tributários sobre a economia. Guedes costuma dizer que o volume de incentivos é um sintoma de distorções como a alta carga tributária, que ultrapassa os 33% no país. O ministro também tem uma cruzada contra as despesas para pagar a dívida pública. Frequentemente, diz que o Brasil gasta um Plano Marshall por ano com esse financiamento, em referência ao dinheiro gasto para reconstruir a Europa após a Segunda Guerra Mundial. No ano passado, as despesas com juros chegaram a R$ 342 bilhões.

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