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NETO AINDA ARTICULA PARA RECEBER EVENTO DA ONU EM SALVADOR E BUSCA AJUDA FEDERAL

Redação - 16/05/2019 14:50

O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), quer manter na capital baiana a Semana Climática América Latina e Caribe, que é evento organizado pela Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), mesmo com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sendo contra. Em uma postagem nas redes sociais, o gestor soteropolitano argumentou que a conferência é “muito importante para a economia da cidade e para mostrarmos os programas que estamos desenvolvendo dentro da agenda climática”. “A prefeitura não vai medir esforços para que este evento de repercussão mundial aconteça na primeira capital do Brasil”, acrescentou.

Segundo ACM Neto, ele pediu ao secretário municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis), André Fraga, que entrasse em contato com os organizadores para manter o evento na cidade mesmo sem o apoio do governo federal. A Semana Climática América Latina e Caribe estava marcada para acontecer nos dias 19 e 23 de agosto em Salvador, mas foi cancelada por ordem do ministro. Salles argumentou que não tinha motivo para acontecer no Brasil, já que o COP-25 também não vai ocorrer no país. “Vou manter um encontro que vai preparar um outro (COP-25), que não vai acontecer mais no Brasil, por quê? Não faz o menor sentido, vai para o Chile! Vou fazer uma reunião para a turma ter oportunidade de fazer turismo em Salvador? Comer acarajé?”, indagou, em entrevista ao blog de Andréia Sadi, do portal G1. O COP-25 aconteceria no Brasil, mas foi cancelado por determinação de Jair Bolsonaro (PSL), que na época ainda era presidente eleito.

Na ocasião, argumentou que não valeria o “custo de mais de R$ 500 milhões” e a possibilidade de haver “constrangimento do governo”. Ontem, o secretário André Fraga disse que já entrou em contato com os organizadores do evento e aguarda retorno. “Não tem custo para prefeitura e nem teria para o governo federal. A própria ONU é que custeia o evento”, declarou. Ele voltou a criticar a decisão do ministro de rejeitar sediar a Semana Climática no Brasil. “Foi uma péssima decisão. Perde o Brasil, perde Salvador. O Brasil deixa de liderar um importante debate sobre mudança climática”, pontuou.

O secretário estadual do Meio Ambiente, João Carlos Oliveira, disse, no entanto, que o estatuto da ONU impede Salvador de receber a conferência. “Sem o endosso do governo federal, as Nações Unidas não podem realizar eventos nos países. Em contato com os coordenadores da Climate, Luca Brusa e Maria Laura Vinuela, oferecemos o apoio do governo da Bahia, para que o evento fosse mantido, mas, infelizmente, não será possível, porque o estatuto da ONU impede que eventos sejam realizados nos países sem a chancela do governo central”, afirmou. Segundo João Carlos, a recusa do governo federal não se justifica, já que não há necessidade de desembolso de recursos, porque a ONU arca completamente com os custos do evento. “A decisão do governo federal está em completo desalinho com o governo da Bahia que, inclusive, participava da organização do evento, através da Secretaria do Meio Ambiente”, ressaltou.

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