O secretário de Sustentabilidade da gestão ACM Neto (DEM), André Fraga, tentou demover o governo Bolsonaro da ideia. Segundo a Coluna do Estadão, Fraga chegou a argumentar, sem sucesso, que seria importante manter o encontro justamente para o Planalto mostrar sua visão para o tema.
Ouviu então do secretário de relações internacionais do Meio Ambiente, Roberto Souza, que o governo tinha “discordâncias” e que o evento —que aconteceria entre 19 e 23 de agosto —era “coisa de ONG”. A negativa de Jair Bolsonaro foi dada na terça (13), mesmo dia em que o secretário-geral da ONU alertou que as mudanças climáticas serão uma tragédia para o mundo. “Acho péssimo para o país. A visão desse governo de meio ambiente é estreita”, lamentou Fraga à Coluna do Estadão logo após saber do cancelamento.
Este é o segundo evento de clima cancelado pelo governo. No ano passado, depois de sua eleição, Bolsonaro desistiu de sediar a conferência climática da ONU, COP-25, alegando suposto alto custo. A Climate Week, contudo, seria inteiramente paga pelas Nações Unidas. A estimativa era de receber cerca de 3 mil pessoas. Procurada, a assessoria do Meio Ambiente disse que “o evento foi concebido pela gestão anterior, em momento em que o Brasil sediaria a COP25, condição não mais presente”.