O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), defendeu, ontem, que se abra uma discussão no país a respeito da contribuição de estudantes ricos às universidades públicas. A declaração ocorreu após o líder do DEM, Elmar Nascimento, levantar o assunto, em entrevista à rádio Metrópole. Neto ressaltou que pessoas com poder aquisitivo têm que ter o direito de estudar em instituições públicas, mas elas também podem contribuir financeiramente. O prefeito é formado em Direito pela Universidade Federal da Bahia (Ufba).
“Sou a favor da discussão sobre o assunto. A universidade tem que ser pública, gratuita e tem que ter qualidade. Existe uma parcela realmente de pessoas com alto poder aquisitivo que estudaram a vida inteira em escola particular, em escolas bem caras, fazem cursinhos preparatório para o Enem. Ou para o vestibular. E acabam tendo facilidade em face a aqueles alunos de escola pública. Acho que o debate tem que acontecer. Não tenho opinião formada sobre o assunto. Mas sou a favor que o debate aconteça”, afirmou.
Na entrevista à rádio, Elmar questionou o fato de ACM Neto ter estudado na Ufba, mesmo tendo poder aquisitivo para bancar uma faculdade privada. “A nossa história mostra que os nossos cursos públicos são melhores que os particulares. São desejados até por quem pode pagar. Um curso de Medicina particular a mensalidade é quase R$ 8 mil e um filho de uma família abastada cursa na universidade pública por ter tido uma formação melhor. Temos que quebrar esse paradigma. O filho de um juiz, um promotor, um deputado federal, tem que pagar”, afirmou. Sobre o prefeito estudar na Federal baiana, o parlamentar indagou: “Tá certo isso? Esse é o primeiro paradigma. Tem que quebrar isso”.
O prefeito também comentou a declaração do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que, no final de semana, anunciou que irá nomear o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, como novo integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), quando abrir uma vaga. “Acho que todo mundo já sabia mais ou menos. Quando o ministro Moro foi convidado para assumir a pasta da Justiça que depois ele iria para o STF. Não acho que tenha surpresa nisto. Na verdade, essa informação era quase de conhecimento de todos”, declarou Neto