Dentre os nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA, sete apresentaram altas em março, na Região Metropolitana de Salvador. Os preços caíram, em média, apenas para o grupo Vestuário (-0,46%) e se mantiveram estáveis para Educação (0,00%). A RMS teve o maior aumento do país para o grupo Alimentação e Bebidas (+1,56%). Como ele é o que mais pesa nas despesas médias das famílias, voltou a exercer a principal pressão inflacionária em abril, como já havia ocorrido em março. Já as despesas com Saúde e Cuidados Pessoais (+1,64%) tiveram o maior aumento e a segunda maior contribuição para o IPCA do mês.
A inflação da alimentação veio principalmente dos produtos consumidos em casa (+2,16%), embora a alimentação fora também tenha aumentado, ainda que com menos intensidade (+0,23%). Itens como o tomate (+23,59%) e a farinha de mandioca (+4,89%) mantiveram-se em alta, embora reduzindo o ritmo de aumento em relação a março. Surgiram, porém, novas pressões, como o frango inteiro (+5,07%), a laranja-pera (+11,06%) e o leite em pó (+3,77%). A boa notícia, entre os alimentos, ficou por conta do feijão-carioca, que teve deflação em abril (-8,24%), depois de aumentar seguidamente desde dezembro de 2018, e foi, individualmente, o item que mais contribuiu para segurar a inflação na RM Salvador.
Entre os gastos com saúde, a principal pressão de alta em abril veio dos produtos de higiene pessoal (+3,27%), com destaque, por exemplo, para os perfumes (+5,59%). Mas os medicamentos, com aumento de 2,13%, também tiveram contribuição importante para o IPCA do mês, na RMS, refletindo o reajuste anual, em vigor desde 31 de março. Os gastos com Transportes (+0,77%) tiveram apenas a terceira maior contribuição para a inflação de abril na RM Salvador, mas o aumento dos ônibus urbanos (+7,30%) foi o maior do país no mês e representou, individualmente, a maior pressão de alta no IPCA da RMS – refletindo o reajuste das passagens, anunciado no fim de março.
Nesse grupo, a alta dos ônibus foi, de certa forma, compensada pelas reduções médias nos combustíveis (-0,81%), com quedas importantes na gasolina (-0,58%) e no etanol (-2,47%).