Uma comitiva de vereadores se reuniu ontem com a direção da Universidade Federal da Bahia (Ufba) para discutir ações diante do corte orçamentário de 30% de recursos, anunciado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na semana passada. A reunião foi proposta pela vereadora Aladilce Souza (PCdoB) e referendada pelo presidente da Casa, Geraldo Junior (SD). “A instituição está sendo agredida”, declarou o reitor João Carlos Salles.
Segundo ele, são R$ 55,9 milhões bloqueados. O governo federal anunciou na última semana o corte da verba de universidades que “não apresentarem desempenho acadêmico esperado”. O bloqueio causou comoção entre alunos da instituição e de todo núcleo acadêmico, que realizaram manifestação. “A educação superior está ameaçada”, frisou. “Não podemos nem especular o que motivou uma decisão como essa. Temos uma reunião marcada com o ministro e vamos cobrar justificativas”, afirmou o reitor.
O presidente da CMS atestou a união dos edis em prol de toda a população. “Quando a gente fala de educação independe de posição política ou partidária. A Câmara está ao lado da Universidade Federal. Vamos aguardar as demandas por parte do reitor para que a Câmara, em sua unicidade, possa contribuir para que essa realidade seja vencida. O governo federal precisa repensar seus valores, sobretudo os valores culturais”, pontuou.
A ouvidora da Casa, Aladilce Souza demonstrou indignação e propôs uma sessão especial para tratar do tema. “O governo federal quer destruir um patrimônio imaterial. Todos nós estamos indignados e indignadas com essa perseguição absurda. A universidade é um espaço de pensamento e ver o que é preciso fazer para ajudar no desenvolvimento da sociedade. Atacar a universidade é atacar a sociedade inteira”. Estiveram reunidos ainda, entre outros, os vereadores Edvaldo Brito (PSD) e Marcos Mendes (PSOL), além do vice-reitor da UFBA, Paulo Miguez.(TB)