A lavagem de dinheiro através de criptomoedas, como o Bitcoin, entrou no radar do Ministério Público da Bahia (MP-BA). O órgão promoveu um curso para capacitar seus integrantes. “É um crime complexo, que envolve diferentes áreas de expertise. Nosso objetivo nesses dois dias é oferecer instrumental para uma investigação mais efetiva”, afirmou José Renato, que abriu o evento ao lado dos promotores de Justiça Marcos Pontes e Áviner Rocha Santos, respectivamente, coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal (Caocrim) e representante do Núcleo de Combate ao Crime Cibernético (Nucciber).
Especialista em inteligência, tecnologia da informação, segurança da informação e investigação de cibercrimes, delegado José Mariano Araujo Filho, da Polícia Civil de São Paulo, afirmou que a criptomoeda ainda é “um assunto tormentoso”. “Não há órgãos regulamentadores ou intervenientes, como o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários, que regulam o Real”, destacou, salientando que essa forma de funcionamento, onde não há controle centralizado, gera um ambiente atrativo aos criminosos. “Se não há controle, o rastreamento dos valores se torna mais difícil, facilitando as transações de lavagem de dinheiro”.