A Petrobras decidiu provisionar (reservar para fazer frente a possíveis despesas) R$ 1,3 bilhão devido ao atual estágio de disputas envolvendo a empresa Sete Brasil, informou a petroleira em fato relevante nesta quinta-feira (25). “O efeito decorrente deste provisionamento será reconhecido no resultado consolidado da Petrobras do 1º trimestre de 2019”, disse a companhia.
A Sete Brasil foi criada no fim de 2010 como parte de planos multibilionários concebidos para explorar o petróleo do pré-sal. Atualmente em recuperação judicial, a empresa ainda está envolvida nas investigações da operação Lava Jato, que descobriu um enorme escândalo de corrupção no Brasil.
De acordo com a Reuters, a Petrobras acrescentou no comunicado que é “vítima dos fatos apurados pela operação Lava Jato” e “permanece em defesa de seus interesses nos processos relacionados ao caso, pois defende não ser cabível qualquer pleito indenizatório”. A petroleira ressaltou que os processos são confidenciais.
Em um das disputas, uma ação nos Estados Unidos, a EIG alega que a estatal teria praticado fraude para induzi-la a investir na empresa de sondas, ao não comunicar sobre atos de corrupção que acabaram sendo alvo da Lava Jato. Em relatório financeiro do quarto trimestre de 2019, a Petrobras registrou uma estimativa de perda possível de R$ 8,068 bilhões com arbitragens no país e a ação judicial nos Estados Unidos envolvendo a Sete Brasil. O valor não havia sido provisionado.
A Sete Brasil, que previa construir 29 sondas de petróleo no Brasil, sendo 28 delas para atender contratos firmes com a Petrobras, entrou com pedido de recuperação judicial em 2016. A empresa, que previa investimentos de US$ 26,4 bilhões quando foi criada, tem como sócios a Petrobras, com 5%, e o FIP Sondas, com 95%. O fundo tem como cotistas Petrobras, Petros, Funcef, Previ, Valia, Santander, Fundo Strong, BTG Pactual, Lakeshore, Luce Venture, EIG e FI-FGTS.