O diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, afirmou nesta quinta-feira (25) que é dever da instituição entender o ambiente econômico em que o país está inserido e, quando necessária, buscar uma “forma mais eficiente de intervenção” no mercado de câmbio. “É importante registrar que não temos qualquer preconceito em relação a utilização de qualquer instrumento, quando e se as condições para tal estiverem presentes”, declarou ele, durante a abertura do 4º Compliance and Business Day Abracam (Associação Brasileira de Câmbio), em São Paulo. Seu discurso foi divulgado pela assessoria de imprensa do BC.
As declarações foram dadas em um momento de pressão no mercado de câmbio. Nesta quinta-feira, a moeda norte-americana chegou ao patamar de R$ 4 logo na abertura, à espera do andamento da reforma da Previdência no Congresso e seguindo a tendência de alta da moeda no exterior. Às 9h49, a moeda norte-americana subia 0,09%, a R$ 4,9898.
O diretor de Política Monetária do BC lembrou que a instituição tem à sua disposição três instrumentos de intervenção no mercado de câmbio: os contratos de “swap cambial” no mercado futuro, que funcionam como uma compra de moeda (interferindo no preço do ativo no mercado à vista); oferta de linhas em dólar (venda de moeda pelo BC com compromisso de recompra); e os leilões de dólar, das reservas internacionais, no mercado à vista, chamado de “spot”, ou seja, sem compromisso de recompra. Os leilões de dólar no mercado à vista, que não são realizados desde 3 de fevereiro de 2009, ou seja, há mais de dez anos, diminuem as reservas internacionais em igual proporção. Atualmente, as reservas estão em US$ 382 bilhões.