O mês em que se comemora o Dia Mundial da Optometria (23 de março) é dedicado à reflexão sobre o papel do optometrista, profissional cuja atuação está focada na avaliação primária da saúde visual e ocular da população. No Brasil mais de 35 milhões de pessoas sofrem com algum problema de visão, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Boa parte desses casos seriam amenizados se houvesse um programa eficaz de prevenção e avaliação primária com a contratação de profissionais da optometria para atuar nas equipes multidisciplinares do Programa de Saúde da Família (PSF) em todo o País.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que a optometria é a primeira barreira contra a cegueira evitável no mundo. De acordo com a optometrista Carla Mota, diretora da Faculdade Internacional de Evolução Profissional (Fiep), primeira instituição de ensino da Bahia especializada em estudos da visão, a baixa qualidade visual gera um impacto negativo na vida do indivíduo e afeta o seu convívio com outras pessoas. “Nas crianças também é muito grave por que pode desencadear problemas de aprendizagem, baixa produtividade e até evasão escolar”, alertou.
Ela também reforça que a optometria é uma profissão que existe há mais de 100 anos e está presente em mais de 130 países, sendo classificada como uma profissão de saúde autônoma e independente, com formação e regulamentação específica. “O acesso ao tratamento visual pelo Sistema Único de Saúde ainda é pouco eficaz, pois a quantidade de oftalmologistas é infinitamente menor que a demanda. O tempo de espera para uma consulta poderia ser reduzido se houvesse um trabalho conjunto entre esses profissionais, já que seriam encaminhados para o oftalmologista apenas os pacientes com patologias específicas ou com necessidade cirúrgica”, afirmou.