A primeira versão de testes do Android 10 (Q), voltada apenas para usuários do celular Google Pixel, foi lançada pelo Google nesta quarta-feira (13). Entre as novidades da recente edição do sistema operacional móvel da empresa, destacam-se recursos adicionais de privacidade e segurança, inicialização mais rápida de aplicativos, personalização visual da interface, novas APIs de conectividade e maior suporte aos dispositivos dobráveis. São esperadas maiores informações na conferência Google I/O 2019, que será realizada em Mountain View, na Califórnia, em maio. Enquanto o evento não chega, confira a seguir as principais mudanças que chegaram à versão beta do Android 10 (Q).
Os smartphones dobráveis estão virando tendência em 2019 e trazendo inovações para a experiência dos usuários, como o Galaxy Fold e Huawei Mate X. De olho na tendência do mercado, o Google incluiu melhorias no suporte de seu sistema a esse tipo de dispositivo. As alterações afetam principalmente a forma de lidar com aplicativos em tela dividida, para aperfeiçoar a usabilidade do software. A companhia informou ainda que tem planos de integrar a possibilidade de telas dobráveis no emulador de Android para desenvolvedores.
O primeiro beta do Android 10 (Q) possui opções de ajustes temáticos que alteram o design do sistema, permitindo uma maior personalização de modo nativo. É possível escolher diferentes cores para destaques, formatos de ícones e fontes de títulos e corpo de texto. Além do azul padrão, há as cores verde, preto e roxo como alternativas para os destaques. Não há garantia que o mecanismo chegará à versão final, como já ocorreu antes com recursos relativos ao visual do SO. Vale notar, inclusive, que o Google não chegou a citá-lo no post sobre o lançamento em seu blog oficial.
O acesso de aplicativos à localização pode ser melhor limitado pelos usuários. Quando um app pedir seus dados de acesso, em vez de decidir apenas entre sim ou não, dá para selecionar entre permitir apenas enquanto a aplicação estiver em uso ou o tempo todo. A alteração faz muito sentido, já que muitas vezes não há necessidade de manter o compartilhamento da localização com apps em segundo plano – é o caso de serviços de entrega de comida, por exemplo. A medida pode ser um passo importante na prevenção contra a coleta abusiva de dados.
Além da restrição no acesso à localização, uma série de novidades atendem demandas de privacidade. Uma delas é o controle do acesso de aplicativos a arquivos armazenados no telefone, como os acervos de fotos, vídeos e áudios. Para entrar na pasta de downloads, os apps vão precisar pedir para que o usuário selecione exatamente a quais arquivos quer dar acesso. Também será limitado o acesso a informações importantes de identificação dos dispositivos, como IMEI e número de série.
Outra modificação busca reduzir as interrupções pelos aplicativos. A ideia é evitar que apps rodando em segundo plano pulem na tela e roubem o foco inesperadamente, como ocorre com alarmes e chamadas recebidas. Para isso, há uma opção de notificação de alta prioridade que pede permissão para ocupar display inteiro.
Compartilhar conteúdo de um app em outro pode ficar mais fácil e rápido. No Android Q, um recurso chamado Atalhos de Compartilhamento deixa que o usuário, a partir de uma foto ou texto, por exemplo, pule direto para outra aplicação. Desenvolvedores podem disponibilizar atalhos que iniciem atividades específicas em seus apps com conteúdo anexado. Eles serão exibidos no menu de compartilhamento do Android. É um instrumento parecido com os atalhos de aplicativos que já existem.
Também pensando na agilidade da experiência dos usuários, o Google lançou um mecanismo de acesso a configurações gerais do sistema diretamente de dentro dos apps. Um painel flutuante pode ser incorporado pelos aplicativos para mostrar ajustes pertinentes. No caso de um navegador, por exemplo, seriam exibidas configurações de Wi-Fi, dados móveis e Modo Avião.
A empresa adicionou novos padrões de programação destinados a funções de conectividade. Com isso, pode ficar mais simples o gerenciamento de aparelhos inteligentes (Internet das Coisas) pela Internet Wi-Fi local para procedimentos como downloads, ajustes ou impressões. Outra vantagem pode chegar para o desempenho de jogos, chamadas e outras atividades online, já que no Android Q desenvolvedores conseguem ativar o modo Wi-Fi de alta performance e baixa latência.
O efeito de profundidade, que borra o fundo e deixa as fotografias com um ar mais profissional, virou febre nos últimos anos – muitos smartphones já têm câmeras que produzem o recurso. Agora, aplicativos podem importar essas imagens “Dynamic Depth”, que consistem em um JPEG combinado aos metadados de mapeamento dos elementos de profundidade. Assim, esses apps podem oferecer diversos efeitos de desfoque. É claro que existem vários aplicativos que já são capazes de simular o efeito, mas normalmente as câmeras nativas proporcionam resultados mais realistas.