Quando Thomé de Souza desceu de uma nau e enfiou o pé na areia de onde hoje está o Porto da Barra, com a missão de governar, a partir da Bahia, a Colônia inteira, tratou logo de fazer um puxadinho para morar. A Casa do Governador, como era chamada, foi feita de taipa e barro em 1549. Mais tarde, foi substituída por alvenaria e cal. O hoje Palácio Rio Branco não lembra nem de longe a construção original do século XVI. O lugar que serviu de moradia para governadores até 1908 pode, agora, virar hotel. A coluna de Ronaldo Jacobina, do jornal Correio, antecipou que o grupo português Vila Galé vai apresentar uma proposta ao governo da Bahia, que administra o prédio histórico. Lá, hoje, funciona o Memórial dos Governadores Republicanos da Bahia.
O estilo neoclássico e art nouveau chama a atenção de quem passa pela Praça Municipal, no Centro de Salvador. O prédio é antigo. Todos os objetos que decoraram os salões, como mobiliário, quadros e lustres têm, pelo menos, décadas de existência. A maioria é centenária. Nesses 470 anos, a Casa do Governador, que abrigava também a sede do governo, primeiro da Colônia e depois da Bahia, foi invadida, bombardeada, destruída pelo tempo e quase incendiada. Foram tantas as transformações que ocorreram entre aquelas paredes que o prédio precisou ser reformado seis vezes. O desenho mais recente é de 1919. Reis, rainhas, príncipes, princesas e outros chefes de estado dormiram, almoçaram e se divertiram no Palácio Rio Branco, batizado assim em homenagem ao barão de mesmo nome. O primeiro hóspede ilustre foi D. João VI, de Portugal, que se hospedou com parte da família real, em 1808.
Em 1826, foi a vez do filho dele, o imperador D. Pedro I, a imperatriz Leopoldina e a princesa Maria da Glória, futura rainha de Portugal. Já em 1859, D. Pedro II e a imperatriz Tereza Cristina também se hospedaram no local. O último integrante da realeza que aproveitou do palácio foi a rainha da Inglaterra Elizabeth II, em 1968. É mole?