Cientistas encontraram evidências de que o sistema reprodutivo feminino é moldado de tal forma que impede espermatozoides fracos de chegar até o óvulo. Eles usaram modelos em pequena escala e simulações em computador para mostrar como atuam os pontos estreitos no organismo das mulheres. Testes com espermatozoides de homens e touros revelaram que as amostras mais fortes eram mais propensas a atravessar os pontos apertados, conhecidos como “estenoses”, enquanto os mais fracos foram pegos nas correntes que os empurraram para trás. “O propósito dessas restrições é evitar que os fracos passem, além de selecionar espermatozoides com maior mobilidade”, explicou Alireza Abbaspourrad, químico da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos.
A fertilização natural é um jogo brutal. Em humanos e outros mamíferos, a corrida começa com mais de 60 milhões de espermatozoides. Cada um tem a intenção de se fundir com o óvulo, mas para que um tenha a chance, deve superar os rivais e resistir a uma série de “provas”. As habilidades de corrida dos espermatozoides foram estudadas antes, mas os cientistas da Cornell examinaram especificamente como eles se saíam quando atingiam partes estreitas do sistema reprodutor feminino, como a pequena abertura do útero para as trompas de falópio. Estas representam um desafio, visto que os espermatozoides nadam para cima e devem lutar através do fluido que vai até eles. “Se você olhar para a anatomia do sistema reprodutivo em mamíferos, verá que as dimensões do canal que leva ao óvulo não são constantes”, afirmou Abbaspourrad. “Em alguns pontos é extremamente estreito, para que apenas alguns espermatozoides passem, enquanto outros falham.”