O jornal o Globo entrou em contato com o novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, por telefone nesta segunda-feira que afirmou que sua prioridade é “assumir a pasta”, mas não deu detalhes do que pretende fazer em seus primeiros dias no MEC. O nome foi anunciado, no Twitter, junto com a demissão de Ricardo Vélez Rodríguez do MEC. Questionado pela reportagem sobre quais serão seus primeiros atos à frente pasta, o novo ministro foi econômico: “Não me leva a mal, mas você pode imaginar (como estou) . Nos primeiros dias, minha prioridade é assumir. Ainda não assumi”.
Bolsonaro demite Ricardo Vélez Rodríguez do cargo de ministro nesta segunda-feira, que ficou conhecida como “o dia do fico ou não fico” após o presidente ter admitido que Vélez não estava “dando certo”. Da onda de demissões à determinação para que diretores filmassem alunos, os três meses de gestão foram repletos de polêmicas. Relembre. Vélez pediu que diretores de escolas lessem para alunos uma carta que terminava com o slogan da campanha de Bolsonaro nas eleições. O texto orientava os diretores a filmarem alunos durante a execução do hino nacional e da leitura da carta e a enviarem para o MEC os vídeos. Após uma onda de críticas, o ministro admitiu o ‘equívoco’.
Em fevereiro, Vélez disse à revista Veja que “O brasileiro viajando é um canibal”. O ministro foi notificado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para que esclarecesse o teor das declarações. Parlamentares chegaram a cogitar convidá-lo para fazer o mesmo no Congresso. Ele afirmou ainda que os turistas brasileiros roubam hotéis. O escritor Olavo de Carvalho disse, em publicação numa rede social, que “Recomendei o ministro Vélez, mas se ele cometer erro ponham-no para fora”. A postagem foi feita após a exoneração de seis servidores do Ministério. Leia mais
Em março, o MEC determinou a suspensão dos testes de alfabetização para crianças de 7 anos, com a promessa de de retomá-los apenas em 2021. A portaria foi assinada pelo Inep, órgão responsável pelos exames, mas acabou revogada no dia seguinte após a repercussão negativa. Internamente, Vélez alegou ter sido supreendido com a medida. Pelo menos 14 pessoas do alto escalão foram demitidas por Vélez em menos de três meses de gestão. E essa crise emperrou programas importantes da pasta, prejudicando o sistema educacional brasileiro. Ganharam destaque o vai e vem no cargo de secretário-executivo e a demissão do responsável pelo Inep. Entenda a crise