Obras feitas pelo Governo do Estado têm transformado a mobilidade urbana da capital baiana, que comemora 470 anos na próxima sexta-feira (29). As intervenções promovem agilidade na circulação de quem precisa acessar diferentes partes da capital baiana. É o caso da Linha Azul e da Linha Vermelha, corredores transversais construídos para ligar a Orla Atlântica ao Subúrbio Ferroviário. O titular da Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado (Sedur), órgão responsável pelas obras, Sérgio Brito, destaca que “esses corredores fazem a ligação direta e inédita dos extremos leste e oeste da cidade, dando mobilidade ao cidadão soteropolitano, que sai do subúrbio em direção à orla e vice-versa. E eles foram pensados para serem integrados ao modal mais ágil da cidade, que é o metrô”. Juntas, as vias somam 32 quilômetros de extensão e recebem recursos de aproximadamente R$ 1,47 bilhão. As ligações foram divididas em etapas distintas, envolvendo trechos completamente novos e duplicações. Além da pavimentação asfáltica, os sistemas são compostos por viadutos, elevados, túneis, pontes, acessibilidade e urbanismo.
Linha Azul
Este corredor começa pela Avenida Pinto de Aguiar, na Orla Atlântica, e segue por 12 quilômetros, passando pela Avenida Gal Costa, que será duplicada, e pela nova ligação entre os bairros de Pirajá e Lobato. A Linha Azul tem pista dupla, dividida em três faixas de tráfego em cada sentido, incluindo um corredor exclusivo em condições de operar pelo sistema BRT (Bus Rapid Transit). Quatro — dos oito túneis presentes no projeto — já foram concluídos. Ainda em execução, a obra, que envolve investimento total de R$ 647 milhões, já teve impacto na vida de muita gente. Anderson Teixeira, segurança da Estação Pituaçu de Metrô, é uma dessas pessoas. “Esse trecho novo dá mais segurança e é acessível. Como moro na Base Naval, eu pego a Via Regional e já vou direto para o trabalho. Ficou mais rápido, porque antes eu tinha que passar pela Paralela”, explica. A obra está 63% finalizada. Quando concluída, a Linha Azul irá se configurar como uma das maiores avenidas de Salvador, junto com a Paralela (18 quilômetros, inaugurada em 1974) e a Suburbana (14 quilômetros, inaugurada em 1971).
Linha Vermelha
Este corredor, por sua vez, faz a ligação entre a orla, na altura de Piatã, com Paripe, por meio da BR-324. O primeiro trecho, já finalizado, foi a duplicação da Avenida Orlando Gomes até a Avenida Paralela. O segundo, que também já foi inaugurado, com recursos da ordem de R$ 78 milhões, segue da Paralela até a Aliomar Baleeiro (Estrada Velha do Aeroporto) e foi batizado como Avenida 29 de Março. A 29 de março ainda será complementada, com trecho ligando a Estrada Velha à Via Regional e inauguração prevista para abril de 2019. A duplicação desta via até o bairro de Águas Claras, por sua vez, é o terceiro estágio de obras. A quarta e última fase é a ligação de Águas Claras à BR-324, que já foi entregue e está em funcionamento. No total, esse sistema viário possui 20 quilômetros de extensão. O motorista de aplicativo Cristiano Nonato passa pela 29 de Março todos os dias, tanto por conta do trabalho, como para chegar até o bairro onde mora, Cajazeiras. “Com essa nova ligação, a gente economiza tempo, desgasta menos o nosso veículo, ganha mais estrutura e mobilidade. Hoje em dia, economizo pelo menos 20 minutos para chegar em casa, vindo de Itapuã, por exemplo. Antes, tinha que pegar toda a Estrada Velha do Aeroporto. Hoje, a gente já sobe pela Paralela, pega um pedacinho da estrada e já chega em Cajazeiras”, contabiliza. Quem também mora na região e trafega pela Linha Vermelha é o pintor predial Geraldino Sena. Assim como Cristiano, Geraldino faz o percurso diariamente, mas de bicicleta. “Eu passava por aqui quando essa via nem existia e só tinha mato. Agora, está maravilhosa, pavimentada de ponta a ponta e eu gasto metade do tempo para chegar à orla. Melhorou para todo mundo. Para mim, para quem circula de carro e para quem se locomove a pé”, assegura. Os bairros beneficiados são Piatã, Bairro da Paz, Patamares, Cajazeiras, Via Regional e adjacências. Na Linha Vermelha, o recurso previsto é de R$ 581,5 milhões, sendo R$ 295 milhões da Avenida 29 de Março. Junto com Metrô de Salvador, esses corredores transversais geram novos vetores de desenvolvimento na capital. As intervenções têm conclusão total prevista para 2020.