O ministro Ricardo Vélez prepara mais uma rodada de demissões no Ministério da Educação (MEC). O chefe da pasta encaminhou ao Palácio do Planalto, nesta segunda-feira, uma lista com pelo menos quatro nomes a serem rifados da área, o que incluiria o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Marcus Vinicius Rodrigues, e da secretária de Educação Básica, Tânia Almeida.
Mais cedo, a secretária chegou a escrever uma carta de demissão a Vélez alegando que não havia sido consultada sobre a suspensão de avaliação da alfabetização, publicada em portaria do Inep nesta segunda-feira . A saída dela, no entanto, já estava sendo avaliada. Iolene Lima, que, após ser anunciada como número 2 do MEC, foi demitida, era braço-direito de Tânia na Secretaria de Educação Básica. No comunicado que chegou ao Planalto, não há informação de que a exoneração de Tânia foi a pedido.
Já a permanência do presidente do INEP teria se tornado insustentável principalmente após não ter implementado a avaliação nacional de alfabetização. Marcus Vinícius foi integrado à equipe da Educação graças ao cientista político Antonio Testa, demitido por Vélez pouco antes da posse. Ele, então, teria se mantido no grupo por intermédio do coronel Ricardo Wagner Roquetti, ex-diretor de programa da Secretaria Executiva do MEC e demitido a pedido do Bolsonaro.
A suspensão do exame teria sido mais um ingrediente da crise no MEC. Além de Tânia, outros servidores foram pegos de surpresa com a portaria do Inep. No entanto, o secretário de Alfabetização da pasta, Carlos Nadalim, é apontado como o responsável por conduzir a decisão de suspender a avaliação de alfabetização, junto ao Inep.