As altas temperaturas e o grande volume de precipitação tornam o verão a época do ano mais propícia para a reprodução de mosquitos, dentre eles o Aedes Aegypti. Esse inseto faz o papel de vetor de doenças como Dengue, Zika e Chikungunya, transmitindo o vírus de uma pessoa para a outra. “Ele também pode carregar o vírus da febre amarela urbana, porém, no Brasil, não existe relato de transmissão urbana desde 1942”, afirma o infectologista Jorge Isaac Garcia. Essas arboviroses ocorrem em ciclos epidêmicos, havendo um período de dois a três anos entre uma epidemia e outra. O crescimento desgovernado dos grandes centros urbanos e a falta de saneamento básico, de políticas públicas e de colaboração da população dificulta uma mudança nesse quadro. De acordo com Dr. Garcia, o comportamento histórico dessas doenças aponta para um novo ciclo, que já se iniciou.
No caso da Febre Amarela, transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, o aumento de casos está associado à expansão das zonas de matas ocupadas pelo ser humano, uma vez que essas áreas são habitat dos vetores da febre amarela silvestre. Tragédias ambientais também são fatores que alteram a frequência dos ciclos de epidemia, porque provocam uma alteração na biodiversidade local e promovem migração de animais, que podem estar contaminados. O método mais eficaz para evitar a contaminação é controlar a proliferação desses mosquitos. Eles estão mais presentes em cidades populosas e buscam água limpa e parada para depositarem seus ovos. O especialista dá algumas dicas simples de como impedir a formação de criadouros:
Eliminar água parada de garrafas, pratos, vasos e pneus;
Manter calhas limpas;
Manter saídas de água desobstruídas;
Tampar ralos;
Manter as vacinas em dia (no caso da febre amarela).
A utilização de repelentes funciona para manter os mosquitos afastados, mas a eliminação dos criadores surte mais efeito. Atualmente, existem produtos que protegem as pessoas até da picada de Aedes Aegypti, mas eles devem ter o certificado da ANVISA e indicações de aplicação nos rótulos. Mulheres gestantes, principalmente, devem estar atentas às orientações de uso e às dadas pelos médicos que estão acompanhando a gravidez.