Considerando o guerrilheiro Carlos Marighella como importante símbolo de luta nos tempos atuais, o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) se pronunciou sobre sua absolvição em júri popular simulado pela Defensoria Pública da Bahia (DP-BA) realizado na semana passada em Salvador. Assunção disse que o ato, mesmo que simbólico, representa muito para a família de Marighella e para a história do país. “Foi tido como inimigo da Ditadura Militar no país e foi morto pelo Estado. Sua absolvição é muito importante, principalmente nos dias de hoje com um governo de ultradireita e que ostenta o autoritarismo e as mesmas características dos ‘anos de chumbo’”, frisa.
Marighella já tinha sido anistiado durante julgamento da Comissão de Anistia em 2011. No júri popular simulado, o guerrilheiro foi interpretado por Fábio de Santana, ator do Bando de Teatro Olodum. Já a defesa, foi feita pelo defensor público Raul Palmeira, e a acusação foi do defensor público Henrique Bandeira. O defensor público André Cerqueira Lima ficou com o papel de juiz. “Sem dúvida um momento marcante para o Brasil. Aqui na Bahia, essa decisão terá forte impacto social, não tenho dúvida disso. Até pelo fato do que assistimos atualmente no país, com o caso de ex-presidente ser mantido como preso político”, compara Valmir ao se referir à prisão de Lula.
Assunção ainda usa exemplos da história de pessoas tidas como conspiradoras na sua época, mas que viraram heróis nacionais depois pela história. “O Estado brasileiro tem essa questão de reconhecer seus erros épocas após cometer atrocidades. Sem dúvida, isso tem muito a ver com as forças hegemônicas desse país. É preciso corrigir essas lacunas, respeitar a luta das pessoas que tentaram mudar e formar opinião. Muitos morrem no campo, por exemplo, todos em luta de melhorias, de um pedaço de terra para tirar sua subsistência. Não tenho dúvida que a força de Marighella será nossa força também nesses próximos períodos”, completa.
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