A defesa do senador Fernando Collor (Pros-AL) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o adiamento de uma audiência marcada para esta quarta-feira, mas o ministro Edson Fachin negou e manteve a oitiva, na sede do STF, às 9h. Em 2017, a Segunda Turma do STF aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, e Fernando Collor virou réu por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e comando de organização criminosa. O processo tramita no âmbito da Operação Lava Jato.
A defesa do senador pediu o adiamento da audiência “com intuito de conhecer detidamente” o processo. Acrescentou, ainda, que o senador deveria estar “genuinamente apto” a rebater as acusações. O ministro Fachin, no entanto, rejeitou o pedido. A Procuradoria-Geral da República acusa o grupo de Collor de ter recebido, entre 2010 e 2014, quase R$ 31 milhões em propina para viabilizar contratos da BR Distribuidora com postos de combustíveis e empreiteiras. O ministro Fachin afirmou, em 2017, que pelo menos três repasses foram feitos pelo doleiro e delator Alberto Youssef.
Fachin disse ainda que a acusação demonstrou claramente que parte do dinheiro foi lavada na compra de imóveis e obras de arte, incluindo um quadro de Di Cavalcanti, além de uma lancha e carros de luxo, encontrados na Casa da Dinda, a mansão da família Collor em Brasília. A ação já passou pela fase de coleta de provas e depoimentos de testemunhas de defesa e acusação. Agora, os réus serão interrogados, e a Segunda Turma do STF decidirá se eles serão condenados ou absolvidos.