A safra de soja 2018/19 do Brasil, em colheita avançada, deverá totalizar 112,5 milhões de toneladas, projetou a AgRural nesta segunda-feira (11), em um corte de quase 4% ante a previsão do mês passado. A cultura ainda sente as condições climáticas desfavoráveis durante a fase de desenvolvimento, segundo a consultoria. Caso a expectativa se confirme, o volume será o menor em três anos e ficará 5,7% abaixo do recorde de 119,3 milhões de toneladas de 2017/18. Também será cerca de 10 milhões de toneladas inferior ao que diversas consultorias e entidades projetaram em uma recente pesquisa da Reuters.
Em dezembro, calor e chuvas abaixo da média prejudicaram principalmente as plantações de Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, segundo a consultoria. “Desta vez, todos os estados produtores tiveram cortes, com exceção de Rio Grande do Sul, Pará e Rondônia. Em relação ao ano passado, os Estados com as maiores perdas de produção são Paraná e Mato Grosso do Sul”, afirmou a AgRural em boletim, referindo-se ao tempo ruim também em janeiro.
“Embora o Rio Grande do Sul tenha boas lavouras até o momento, as condições climáticas de fevereiro são decisivas para a produtividade gaúcha. As chuvas e as temperaturas de fevereiro também são importantes para a produtividade do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), região que já registra perdas devido às condições desfavoráveis de janeiro”, alertou a AgRural. A divulgação dos dados ocorre um dia antes de a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que em janeiro já cortou suas estimativas, soltar novas previsões para a safra do maior exportador mundial da oleaginosa.