Falta menos de um mês para o Carnaval de Salvador, o que para muitas pessoas é sinônimo de euforia pela expectativa de vivenciar a maior festa de rua do planeta. Para a nutricionista Ilana Souza de Brito, 33 anos, no entanto, é um período que não lhe traz boas lembranças. Isso porque quando decidiu curtir a folia no circuito Barra-Ondina, em 2013, ela não imaginava que o seu percurso terminaria em uma sala de cirurgia.
Movida por uma enorme vontade de ir ao banheiro, Ilana conta que não conseguiu esperar a fila do local e resolveu ir até a praia. No retorno, subiu em uma balaustrada, na tentativa de desviar de uma briga, desequilibrou e caiu. O resultado foi uma fratura na fíbula e na tíbia – ossos longos situados na face externa da perna -, e uma cirurgia para a colocação de uma haste de ferro que usou por três anos. “Era muito desconfortável. Meu joelho inchava e o local da fratura doía muito, principalmente nos dias mais frios”, lembrou Ilana, ressaltando que apesar das dores, o tratamento realizado de maneira correta contribuiu para que não tivesse sequelas graves.
Assim como Ilana, muitas pessoas sofrem lesões dentro ou fora do circuito, durante a festa momesca. De acordo com o professor do curso de Fisioterapia da FTC, Alex Lima, as lesões mais decorrentes são as chamadas de músculo esqueléticas. “Submeter os músculos a uma sequência de esforços e hábitos que a maioria das pessoas não está acostumada, pode provocar lesões que afetam, principalmente, tornozelos e joelhos, mas que também podem afetar os músculos”, afirma o professor.
Para o fisioterapeuta o importante é preparar o corpo antecipadamente, através das atividades físicas, buscando prevenir as lesões que podem ocorrer no Carnaval, mas também na correria do dia-a-dia. “Caminhadas e corridas regulares melhoram o condicionamento do corpo, por isso, são mais recomendadas”, afirma.
Embora defenda a ideia de que o ideal é começar a preparar o corpo antes da folia, Lima afirma que é possível aproveitar ao máximo os sete dias de festa se alguns cuidados forem adotados. “O importante é que as pessoas se mantenham hidratadas e utilizem um bom calçado, preferencialmente, tênis, que além de ajudar na absorção dos impactos fixa melhor no pé e proporciona maior estabilidade. Caso sinta qualquer instabilidade nos joelhos ou tornozelos, é recomendado o uso de tornozeleiras ou joelheiras para aumentar a firmeza articular”, indica o fisioterapeuta.