A paralisação de algumas atividades do Planserv tem trazido transtorno para alguns beneficiários. Segundo o Sindicato dos Médicos (Sindimed), estão paralisadas as áreas de “coloproctologia, cirurgia de cabeça e pescoço, cirurgia vascular, mastologia, cardiologia intervencionista, cirurgia de coluna, cirurgia de ombro e cotovelo, anestesia, urologia e otorrinolaringologia”. O sindicato afirmou que a decisão de paralisar as atividades foi tomada após inúmeras tentativas de negociação dos valores das tabelas que regem consultas e procedimentos médicos.
Os usuários do plano reclamam da qualidade da assistência. A professora Maria Isabel Nogueira disse que o problema do Planserv é antigo. “A situação crítica não é de agora. Desde outubro do ano passado, algumas clínicas não estão mais atendendo o plano. Meu médico cardiologista, por exemplo, que me acompanha há anos, se descredenciou. Minha cunhada, que fazia um tratamento da tireóide, teve que parar porque não teve a mesma sorte que eu e não pôde pagar um tratamento particular”, reclama.
A bronca também é da dona de casa Cláudia de Souza Campos, 41, que tenta marcar consultas para os dois filhos há dias, sem sucesso. “Já tentei duas vezes marcar um médico clínico e um dermatologista e não consigo. Estou nessa luta desde o início de dezembro do ano passado. Antes não era assim. Um absurdo”, brada. Já a microempresária Aline Oliveira, dependente do marido no plano, disse que há dias tenta marcar um ortopedista e não consegue vaga. “Está uma demora terrível. Estou lutando para conseguir uma marcação. Algo que antes era feito em segundos, hoje leva três a cinco dias. Tudo isso por que não tem mais cota”, explica, que tem dois filhos que são também dependentes do plano do marido. Ela tinha acabo de sair de uma clínica no Canela sem conseguir a marcação.
Na mesma clínica, o professor Robin de Assis, 29, estava na companhia da avó, Isabel de Oliveira, 78. A idosa recebeu atendimento, porém o neto relatou dificuldades anteriores. “Depois de muito tentar, conseguimos que ela fizesse um check-up. Foram feitos exames de rotina, mas, para isso, foram semanas tentando marcar. Em algumas situações, quando diziam que não tinha mais cota, sugerimos pagar pelos exames, mas, por algum motivo, as clínicas não aceitavam. E não foram poucas. Quando dizíamos que ela é do Planserv, as clínicas não aceitavam o atendimento particular”, relatou Assis.
Na porta de centro médico empresarial na Avenida Garibaldi, o funcionário público aposentado Edinandos Paixão de Oliveira, 75, comemorava o fato de, enfim, ter sido atendido. Ele contava sua dificuldade a um grupo de pessoas, asseguradas de outros planos de saúde. “Tentei no dia 1º, mas não deu. Remarquei para hoje e graças a Deus deu certo. Agora, o médico pediu alguns exames e espero não passar pelo mesmo constrangimento”, disse. Com informações do Correio da Bahia.