Diante do Congresso, o presidente americano, Donald Trump, pediu na terça-feira à noite a concórdia e o compromisso para superar a paralisação política, mas insistiu na necessidade de construir um muro na fronteira com o México, tema que provoca profundas divisões. Trump usou o tradicional discurso anual sobre o Estado da União, exibido na TV em horário nobre para uma grande audiência, para pedir unidade, sem deixar de criticar o que considera investigações “ridículas” e “partidárias”, em referência ao inquérito sobre um suposto conluio de sua campanha presidencial com a Rússia, algo que ofusca seu mandato.
Dois anos após o início de seu mandato e com a reeleição em 2020 na mira, Trump enfrenta tudo menos unidade: os democratas controlam a Câmara de Representantes e os republicanos o Senado, mas sua retórica inflamada afeta sua posição até mesmo dentro de seu partido. “Devemos rejeitar a política da vingança, a resistência e a represália. E abraçar o potencial ilimitado de cooperação, o compromisso e o bem comum”, disse Trump, em um discurso interrompido várias vezes pelos aplausos de seus partidários.
“Podemos superar as velhas divisões, curar velhas feridas, formar novas coalizões, encontrar novas soluções (…) A decisão é nossa”, afirmou, diante de mais de 500 congressistas, incluindo muitas democratas vestidas de branco para homenagear o centenário do movimento sufragista.
(Revista EXAME)