Com contrato estimado em R$ 786 milhões, a licitação para construção da extensão da linha 1 do metrô de Salvador, que irá de Pirajá até Águas Claras, na região de Cajazeiras, se tornou o alvo de uma disputa de gigantes da construção. Após ter oferecido o menor preço no certame, a Camargo Corrêa tem sido questionada pelas concorrentes que a acusam de ter informações privilegiadas. Além da Camargo Corrêa, estão no páreo os consórcios liderados pelas empresas Queiroz Galvão, Odebrecht, Marquise, SA Paulista, Ferreira Guedes e pela Serveng.
De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o consórcio da Camargo Corrêa apresentou um projeto com o custo de R$ 424,7 milhões. A Queiroz Galvão entregou um projeto com proposta orçada em R$ 429.963.057,00); o consórcio Serveng/Coesa propôs projeto de R$ 429.963.057,00; a Odebrecht, R$ 511.356.496,00; a Marquise/Comsa/Enfer, R$ 550.561.000,00; a SA Paulista/Mape/Benito Roggio/Hijos, R$ 599.628.207,72; e a Ferreira Guedes/Teixeira Duarte/Somafel, que propôs projeto de R$ 614.374.980,12.
Quando ocorreu a reunião para abertura dos envelopes, no dia 16 de janeiro, em reunião na sede da Companhia de Transportes da Bahia, o consórcio Metro L1 T3 questionou a participação da Camargo Corrêa e da Serveng porque, argumenta a companhia, as duas fazem parte do grupo controlador da CCR, tendo a CCR participado da elaboração do anteprojeto por meio de sua subsidiária integral, a CCR Metro Bahia.
Outro questionamento contra a Camargo Corrêa partiu da Queiroz Galvão. “Em suma, a empresa EPC – consorciada com a Camargo – elaborou diretamente o anteprojeto e a CCINFRA tem vínculo societário com a Concecionária CCR Metrô Bahia que por sua vez elaborou partes do anteprojeto, assim como teve acesso ao anteprojeto completo antes da publicidade do edital aos demais licitantes. Além disso, a CCINFRA é controlada pela Camargo Corrêa Construções e Comércio SA que elaborou diversas partes do anteprojeto, seja diretamente em conjunto com outras empresas ou através do consórcio mobilidade Bahia”, diz um documento da Galvão, conforme publicação do jornal paulista.
Ao diário O Estado de S. Paulo, o consórcio liderado pela Camargo Corrêa informou que, ao contrário do alegado pelas concorrentes, “nem a Camargo Corrêa Infra, nem sua consorciada EPC, nem sua controladora Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A., participaram da elaboração de qualquer anteprojeto do Tramo 3 da Linha 1, objeto da atual licitação”. “Os autores do anteprojeto de engenharia do Tramo 3 da Linha 1 são o próprio Governo da Bahia, por intermédio da Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB), e a Projconsult Engenharia de Projetos Ltda., no que compete ao orçamento, como pode ser comprovado pelos documentos”, afirma a companhia.