A Venezuela enfrenta novos protestos desde as primeiras horas desta quinta-feira (24), no 3º dia consecutivo de manifestações contra o governo de Nicolás Maduro. Na quarta-feira (23), o líder da oposição, Juan Guaidó, se declarou presidente interino, e foi reconhecido por Brasil, EUA e mais 11 países. Maduro rejeita sair do poder e diz que Estados Unidos lideram complô contra seu governo.
De acordo com a agência de notícias EFE, os protestos desta quinta-feira voltaram a se concentrar em bairros populares de Caracas, antes considerados bastiões do chavismo, que governa o país desde 1999. A ONG Provea, de Direitos Humanos, informou que por volta de 1h (horário local, 3h de Brasília), foram registradas 15 manifestações na zona Oeste e no Centro da capital venezuelana. Forças de segurança tentaram dispersar manifestantes com o uso de gás lacrimogêneo e balas de borracha.
Desde o início das manifestações, pelo menos 13 pessoas morreram no país, segundo a ONG Observatório Venezuelano de Conflito Social (OVCS). De acordo com o órgão, as vítimas foram atingidas por disparos e foram atacadas por agentes da polícia ou por grupos paramilitares. Os protestos no centro de Caracas, sede dos poderes públicos da Venezuela, se intensificaram na última segunda-feira (21), quando dezenas de membros da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) se rebelaram contra o presidente Nicolás Maduro e pediram apoio cidadão, antes de serem rendidos e presos.
No mesmo dia, ocorreram dezenas de manifestações que reivindicavam o fim da crise. Desde então, mais de 50 protestos ocorreram apenas em Caracas, e um número indeterminado no restante do país. O número dois do chavismo e chefe da Assembleia Nacional Constituinte (ANC), Diosdado Cabello, disse hoje que os grupos que se manifestam são “pagos” e geram violência.