A banda Charlie Brown Jr, que imortalizou sucessos como “Proibida Pra Mim” e “Papo Reto”, vai voltar parcialmente aos palcos. Quase seis anos depois das mortes de Chorão e Champignon, o filho do vocalista, Alexandre Abrão, anunciou uma turnê que começa nesta sexta (25) com um show gratuito no Vale do Anhangabaú. O retorno, no entanto, causou polêmica e o herdeiro usou o Instagram para fazer ressalvas. “Quando a gente iniciou esse projeto, lá em 2014, o intuito dele sempre foi celebrar a vida do Charlie Brown Jr. Nós sabemos que não existe Charlie Brown sem o Chorão. E a gente não vai substituir o Chorão, não vai substituir o Champignon. A gente não vai fazer músicas novas, isso não é uma banda nova, a banda não vai voltar”, disse.
O tributo reunirá no palco os ex-integrantes Marcão Britto, na guitarra, além do baixista Heitor Gomes e do baterista Pinguim. Os vocais ficarão sob a responsabilidade de artistas convidados, como Dinho Ouro Preto (Capital Inicial), Di Ferreiro, Digão (Raimundos), Supla e Panda (La Raza), que cantarão os maiores sucessos da banda. “O CBJr sempre foi e sempre será Chorão, Champignon, esses caras que estão comigo, tanto quanto Thiago, Graveto, como Pelado, todo mundo faz parte dessa história. Eu infelizmente vou ter que estragar uma surpresa que a gente ia fazer. O meu pai, quando digo que ele estará presente, é porque ele vai estar presente no telão, cantando as músicas dele com a banda dele”, explicou o filho do vocalista.
A turnê nacional está prevista para começar em abril. Há porém, outra treta forte, com o guitarrista Thiago Castanho, que tinha aceitado participar do tributo e depois recusou ao entender que se tratava de um retorno da banda. O filho de Chorão, então, divulgou que o músico não tocaria por problemas de saúde, o que ele, ofendido, negou. “Fui procurado há 15 dias para participar do show do dia 25 e possivelmente dos shows que rolariam ao longo do ano, em forma de ‘tributo’. Estava de acordo, pois sei da importância que o CBJr tem na vida de milhares de pessoas. Aceitei participar de uma homenagem ao Chorão e Champignon, mas no desenrolar dos dias, percebi que não se tratava de um tributo, muito menos homenagem, como se confirmou nas redes sociais e por alguns responsáveis do evento, escrito que era a volta do CBJr. E agora a história vem sendo totalmente distorcida do que divulgaram no sábado. Para mim tudo muda completamente de eixo, afinal show ‘tributo’ é bem diferente de uma ‘volta oficial'”, disse Castanho.
O guitarrista destacou que a forma como foi colocado que ele não participaria dos shows o incomodou: “Em respeito a todos que amam o CBJr e principalmente em respeito aos meus irmãos Chorão e Champignon, não faço parte desta possível volta do Charlie Brown Jr. Em momento nenhum eu quis desrespeitar os outros integrantes e todos os envolvidos nesse projeto, mas me senti extremamente desrespeitado ao citarem que eu não participaria deste show por motivos de doença. (…) É isso, para mim o assunto está encerrado”. Outra voz contrária a este retorno é a de Graziela Gonçalves, a Grazon, viúva de Chorão. “De acordo com essa notícia, tem um cara ali que vai fazer parte dessa formação que já, poxa, já processou a banda, já fez mal pra gente. Quer dizer, acho que o Ale não ia curtir nem um pouco. Enfim, é chato”, disse ela, referindo-se a Pinguim, que entrou na Justiça pedindo R$ 500 mil de danos morais de Chorão por supostas ofensas feitas por ele ao baterista em um show em 2009.